O corpo de Ana Allicy dos Santos Viana, de 15 anos, foi sepultado no começo a tarde deste domingo num dos nichos do Cemitério da Penitência, no Caju, na Zona Portuária do Rio. Cerca de 200 pessoas, a maioria levada em dois ônibus, acompanharam a cerimônia. Bastante abalados, os familiares não quiseram falar com a imprensa.
Parentes da menina usavam camisetas brancas com foto dela e a frase “Minha eterna princesa”. Ao fim do velório, na capela ecumênica do cemitério, alguns dos presentes depositaram rosas sobre o caixão fechado, num momento de despedidas e homenagens à jovem.
A adolescente foi mais uma das vítimas de um fim de semana violento, em que pelo menos oito pessoas foram atingidas por balas perdidas, sendo que três morreram. De acordo com dados do aplicativo Fogo Cruzado, da zero hora de sexta-feira até o fim da manhã deste domingo foram registrados 59 tiroteios na capital e Região Metropolitana, em localidades como Chapadão e comunidades de Belford Roxo, na Baixada Fluminense.
Ana Allicy foi atingida no começo da noite de sexta-feira, no Morro São José Operário, na Praça Seca, quando por volta das 18h30 se dirigia com a mãe Ana Paula e o irmão de 6 anos para a Assembléia de Deus Capitão Menezes, no bairro. A jovem, que cantava e tocava violino num grupo da igreja, se dirigia para o ensaio de uma apresentação que ocorreria no dia seguinte.
A mãe da garota relatou a policiais do 18 BPM (Jacarepaguá) ter visto carros da Polícia Civil perseguindo um suspeito e, em seguida, teria tido uma troca de tiros. O irmão foi quem percebeu que a adolescente tinha sido atingida. Ela chegou a ser levada para o Hospital Salgado Filho, no Méier, mas não resistiu. A mãe passou mal após ocorrido e também precisou ser socorrida.