Pedestres e passageiros de ônibus que passaram pela Avenida Nossa Senhora de Copacabana na manhã desta quinta-feira assistiram a uma cena de pessoas agredindo um suspeito de ter praticado um roubo. Um vídeo gravado por uma testemunha mostra o momento, por volta das 7h15m desta quinta-feira, em que dois homens impedem a ação de um assaltante e o agridem. As imagens, feitas dentro de um coletivo que passava pela via na altura da Rua Sá Ferreira, exibem o momento da captura do ladrão. Enquanto um homem aparece apontando uma arma para o bandido, que está sentado na calçada, o outro o chuta.
Uma série de assaltos a coletivos vem ocorrendo, sobretudo no início da manhã, no momento da troca de turno da Polícia Militar, segundo um funcionário de uma empresa de ônibus.
— Isso tem sido recorrente. Os assaltantes formam grupos nos pontos e ficam esperando os ônibus para entrarem e fazerem a festa, porque é mais fácil fugir depois. Nas ruas, eles são pegos pelos passantes e tomam uma surra. Os criminosos estão dormindo nas praias e acordando cedo para assaltar — relata o fiscal de ônibus, que prefere não se identificar.
Os crimes ocorrem principalmente em ruas do sentido Centro. Na Visconde de Pirajá, em Ipanema, os passageiros dizem que são obrigados a aguardar os ônibus a metros de distância dos pontos. De acordo com um deles, o cuidado ocorre por dois motivos: medo de assaltos e por não conseguirem embarcar.
— Na semana passada, cheguei atrasado ao trabalho porque nenhum veículo da linha 435 (Grajaú-Gávea) parou no ponto. Há alguns dias, tenho esperado a condução numa esquina que fica a cerca de 20 metros de distância — conta um passageiro.
Justiçamento
Diante de cenas como as registradas no vídeo em que o assaltante é capturado, testemunhas que estavam no ônibus manifestaram diferentes reações, algumas delas com palavras de ordem. Houve quem justificasse a reação dos agressores, e outros reclamaram da falta de polícia nas ruas pela manhã.
— Levaram tudo da minha filha que estava indo para a faculdade de ônibus semana passada — contou uma passageira, que não se identificou, depois de aplaudir a ação que impediu o assalto na Nossa Senhora de Copacabana.
A Secretaria de Estado de Polícia Militar esclareceu, em nota, que, por questões estratégicas, não são divulgadas especificações a respeito dos horários de substituição das equipes policiais em serviço e da alocação do policiamento nas ruas.
Ainda segundo a nota, “as áreas do 19ºBPM (Copacabana) e o 23ºBPM (Leblon) estão inseridas na Operação Verão, que se junta ao patrulhamento e a outras ações ostensivas já desenvolvidas rotineiramente pelos batalhões. Ressaltamos ainda a importância do registro de ocorrências nas delegacias para que o estudo da mancha criminal possibilite novas estratégias de policiamento nos bairros”.