A disputa pelo governo do estado do Rio de Janeiro começou a ganhar contornos de polarização entre duas figuras conhecidas da política fluminense: o atual prefeito da capital, Eduardo Paes (PSD), e o senador Flávio Bolsonaro (PL). É o que revela a mais recente pesquisa Genial/Quaest, divulgada nesta quinta-feira (27), jogando luz sobre o cenário eleitoral que se desenha para 2026.
De acordo com o levantamento, Eduardo Paes aparece na frente, com 29% das intenções de voto, consolidando-se como o nome mais forte no momento. Já Flávio Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, surge na segunda posição, com 20%. A diferença de nove pontos percentuais ainda é significativa, mas aponta para uma possível disputa acirrada ao longo da campanha, especialmente considerando o histórico de votos bolsonaristas no estado.
Na terceira posição, aparece a deputada federal Benedita da Silva (PT), uma veterana da política fluminense, com 7%. A presença de Benedita reforça a aposta do Partido dos Trabalhadores em um nome de trajetória consolidada e forte apelo popular, principalmente nas áreas mais pobres da região metropolitana.
Logo atrás, com 5% das intenções, surge Washington Reis (MDB), atual secretário estadual de Transportes e ex-prefeito de Duque de Caxias. Reis conta com forte influência na Baixada Fluminense, reduto eleitoral estratégico e sempre decisivo em eleições estaduais. Apesar de ainda distante dos líderes, ele pode crescer se conseguir mobilizar as bases políticas regionais.
Com 2% das intenções, o deputado estadual Rodrigo Bacellar (União) aparece na sequência. Bacellar, que tem sua base no interior do estado, especialmente na região Norte Fluminense, ainda é pouco conhecido na capital e precisa ampliar sua visibilidade para se tornar um candidato competitivo.
Fechando a lista, com 1%, está a vereadora carioca Monica Benicio (PSOL). Defensora de pautas ligadas aos direitos humanos e à justiça social, Monica é uma figura de projeção no campo progressista, mas enfrenta dificuldades para romper a bolha da esquerda e ampliar sua base para além do eleitorado militante.
A pesquisa também revelou um dado importante: 36% dos entrevistados ainda não sabem em quem votar ou disseram que podem mudar de escolha até o dia da eleição. Esse contingente representa uma fatia crucial da população, que pode definir o rumo da disputa, especialmente em um cenário tão fragmentado.
Especialistas apontam que a vantagem de Paes é explicada, em parte, por sua visibilidade como prefeito da capital e pelo histórico de gestões marcadas por obras e programas populares. No entanto, a força do bolsonarismo no estado é um fator que não pode ser ignorado. Em 2022, o ex-presidente Jair Bolsonaro venceu no Rio de Janeiro com ampla margem, o que demonstra a resiliência do seu grupo político.
Com um cenário ainda aberto e com candidatos de diferentes espectros políticos, a corrida pelo Palácio Guanabara promete ser uma das mais emocionantes dos últimos anos. Eduardo Paes larga na frente, mas Flávio Bolsonaro segue no retrovisor, pronto para transformar a eleição em um embate de forças entre o bolsonarismo e o chamado “centro democrático”.
A próxima pesquisa deve ajudar a medir se essa tendência de polarização se consolida ou se novas surpresas surgirão no tabuleiro eleitoral fluminense.



