Uma idosa de 78 anos e outras seis pessoas viveram momentos de apreensão na última quinta-feira na estação General Osório do Metrô, em Ipanema, na Zona Sul do Rio. Vera Lúcia Medina Coelho conta que, por volta de 20h, ela e o grupo, que tinha ainda um casal de paulistas, com uma mulher grávida, pegaram o elevador para descer ao local de embarque dos trens, quando, no meio do caminho, o serviço enguiçou e eles ficaram presos. Começava uma saga de 1 hora.
Problema maior que o defeito no elevador seria o fato de que o sistema de emergência se mostrou totalmente ineficaz. O botão de alerta não foi capaz de chamar a atenção de nenhum passageiro ou funcionário que passava pela estação. Nada de interfone, também. Um aviso de segurança no painel informa um número de celular que as pessoas devem ligar em casos de emergência, inclusive ensina a ligar a cobrar para o contato em questão. Poderia ser de grande ajuda, se dentro de um elevador, em pleno subterrâneo, numa estação de metrô, o sinal de rede do celular dos usuários funcionasse.
— Eu não conseguia sinal de jeito nenhum e eu conheço pouco de celular, por ser uma senhora de 78 anos. As outras pessoas também tentaram ligar para o celular informado diversas vezes, cada um de uma operadora diferente, mas não conseguimos nada. Acionamos o alarme, mas ele existe ali para nada! — contou Vera.
Ela descreve os momentos de agonia que eles viveram enquanto buscavam por algum tipo de socorro.
— Nós ficamos numa situação em que nos perguntávamos se morreríamos ali. Ninguém nos escutava. Batíamos na porta, gritávamos… Até que um casal jovem, com uma senhora grávida de seis meses, conseguiu afastar a porta que dava para a escada rolante. Na fresta, eles conseguiram fazer sinais com a lanterna do celular até que alguém percebesse e chamasse por ajuda.
Neste ponto, ela conta que o grupo já estava há meia-hora preso. Eles teriam que esperar outros 30 minutos para serem socorridos. Em seguida, foram levados a uma sala na estação, próximo à bilheteria, onde receberam a atenção de funcionários do MetrôRio, que ofereceram água e assentos. Eles, então, preencheram um papel de reclamação, mas foram mais uma vez surpreendidos.
— Fomos fazer a reclamação. Todos estavam irritados até a alma. O paulista estava tão apavorado que nem falava. Quando terminamos de preencher o formulário sobre o problema que passamos, pegaram nossos nomes, identidades, e simplesmente depositaram numa urna que fica na estação – contou a idosa.
Ela diz que pensa em processar o metrô e desabafa:
— O Metrô não tem nenhum esquema de controle dos seus mecanismos. Você tem a impressão de que está solto ali. Eu sou uma senhora, poderíamos ter morrido de fome ou de calor lá dentro, se este casal não tivesse tido a iniciativa de forçar a porta.
Vera Lúcia conclui dizendo que, mesmo com problemas na perna, não utilizará mais o serviço de acessibilidade.
– Não pego mais este elevador, não tenho mais coragem. E faz falta! Tenho problemas na perna e a escada rolante também está sempre estragada.
MetrôRio diz que aumentará o volume do alarme de emergência
Em nota, a concessionária disse que reparos serão feitos e pediu desculpas aos usuários.
“O MetrôRio lamenta o problema técnico e pede desculpas aos clientes que ficaram por 55 minutos num dos elevadores da Estação General Osório, na Linha 4, na noite de quinta-feira, dia 3 de janeiro. Hoje está sendo feito o reparo no elevador, inclusive para aumentar o volume do alarme de emergência acionado pelo botão de dentro do equipamento.”
Fonte: Extra Online –