Nos últimos meses, diversas igrejas evangélicas frequentadas por brasileiros nos Estados Unidos têm registrado uma queda drástica no número de fiéis. O motivo? O temor de serem deportados pelas autoridades do governo do ex-presidente Donald Trump.
Antes vibrantes e cheias de louvores, essas igrejas agora enfrentam cultos esvaziados, com bancos vazios e pastores preocupados com o destino de suas comunidades. Muitos imigrantes indocumentados que antes frequentavam os templos têm evitado sair de casa, com medo de abordagens da polícia de imigração.
“Nosso templo sempre foi um lugar de refúgio e fé, mas agora muitos irmãos simplesmente pararam de vir. Alguns avisam que estão com medo, outros sequer atendem nossas ligações”, relata o pastor José Carlos, que lidera uma congregação na Flórida, estado que abriga uma grande comunidade brasileira.
A política de imigração mais rígida implementada pelo governo Trump tem aumentado o receio entre os imigrantes. Medidas como prisões em massa, aumento de deportações e até mesmo batidas policiais em locais de trabalho fizeram com que muitos optassem por evitar qualquer tipo de exposição pública – incluindo a ida à igreja.
Pastores e líderes religiosos tentam encontrar formas de manter a fé viva entre seus fiéis. Alguns passaram a transmitir os cultos online para alcançar aqueles que têm medo de sair de casa. Outros têm feito visitas discretas para oferecer apoio espiritual e emocional.
“Estamos vivendo tempos difíceis, mas continuamos orando e pedindo proteção para todos que estão nessa situação”, diz a missionária Ana Paula, que ajuda imigrantes brasileiros em Boston.
Enquanto o medo da deportação persiste, o impacto na vida religiosa da comunidade brasileira nos EUA é evidente. Igrejas que antes eram pontos de encontro e apoio agora lutam para manter suas portas abertas, esperando por dias melhores.



