O policial militar que agrediu a dona de uma lanchonete em Jacarepaguá, na madrugada desta quinta-feira, cobrou as imagens das câmeras de segurança do local após a sessão de espancamento. Liz Pacheco Luiz, 24 anos, conta que depois que levou os socos, coronhadas, pontapés e vários chutes de Augusto Cesar Santana, o agente só deixou o local após ela dizer que as câmeras não gravavam as imagens que faziam.
“Enquanto ele me agredia, dizia que queria as imagens, mas eu disse que o sistema não gravava, para ele desistir de pegar. Mas ele insistia dizendo ‘se vira e arranja isso'”, a empresária lembra dos momentos de horror que passou.
Por causa das agressões, Liz levou três pontos na cabeça. Ela afirma que a confusão começou quando o policial reclamou de um pedido que fez através de um aplicativo.
“Foram pedidos quatro hambúrgueres, sendo um sem molho. Mandei o que foi pedido: três com molho e um sem molho, mas enviei o molho separado. A mulher dele me ligou reclamando que o pedido foi errado e ele pegou o telefone e me ameaçou dizendo ‘você não sabe com quem você está falando? Eu sou delegado federal e eu vou aí'”, relembra.
Pouco tempo depois, o policial deu as caras na lanchonete (Núbia Lanches) e permaneceu com a arma em punho a todo o momento. Antes de agredi-la, ele chutou um entregador, ainda na porta do estabelecimento.
“Ele já desceu do carro e entrou com a arma na mão ofendendo o entregador e me perguntou ‘você é a piranha que estava no telefone?’. Respondi que não, que eu era a pessoa que estava no telefone e ele começou a me agredir”, diz.
Depois que desistiu de levar as imagens do circuito interno de segurança, o PM deixou o local. Momentos depois, o marido de Liz chegou e a levou a uma UPA, onde ela recebeu atendimento médico. Ainda de madrugada, a empresária foi à 32ª DP (Taquara) fazer o registro da ocorrência.
Já o policial, lotado no 9º BPM (Rocha Miranda), foi preso administrativamente e ouvido pela 2ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar (DPJM). O agente esteve na 32ª DP nesta tarde para ser ouvido, onde chegou sob vaias. Ele deve responder pelos crimes de lesão corporal e falsidade ideológica, já que se apresentou como delegado.
O DIA questionou à Polícia Militar sobre a postura do agente no episódio, mas ainda não obteve retorno.