Privatização da Cedae pode ficar para 2021
Além do socorro federal, outras duas negociações são cruciais para a saúde financeira do estado nos próximos meses. Primeiro, o Palácio Guanabara tenta prolongar o adiamento do pagamento da dívida com a União, uma vez que os três anos de alívio concedidos pelo Regime de Recuperação Fiscal se encerram em setembro. Inicialmente, a expectativa do Palácio Guanabara era que o pleito fosse contemplado dentro do que ficou conhecido como “Plano Mansueto”, mas diante da pandemia, o esperado agora é que essa postergação seja autorizada por meio de lei aprovada pelo Congresso Nacional ou por vias judiciais.
Outro ponto fundamental para o governo estadual é o adiamento do pagamento da dívida de R$ 4 bilhões referente ao empréstimo obtido em 2016 junto ao banco francês BNP Paribas, como parte do Regime de Recuperação Fiscal. O pagamento deverá ser efetuado até o dia 20 de dezembro. Caso contrário, a União, incluída como credora no processo, vai se responsabilizar pelo pagamento e, em troca, assumirá o controle da Cedae, que, segundo estimativas do governador Wilson Witzel, está avaliada em mais de R$ 10 bilhões.
— Temos a possibilidade de negociação com o BNP Paribas buscando dilação de prazo. Temos conversado. É incipiente, mas pode ser que se concretize — diz Luiz Claudio Rodrigues de Carvalho. Segundo o secretário, todos os trâmites para a privatização da Cedae estão sendo feitos, mas, por conta da pandemia de coronavírus, ainda não é possível garantir que o leilão ocorra este ano. O temor é que, com o impacto econômico provocado pela pandemia, investidores não paguem o valor almejado pelo estado.
— O governo tem feito todas as medidas preparatórias para o leilão. Elas estão sendo executadas em câmaras municipais, no Rio Metrópoles… tudo dentro do cronograma. O edital iria para a rua em agosto. Só não irá em agosto se (por conta do coronavírus) não tiver condições de mercado. Nós não vamos rifar a Cedae, não podemos fazer isso. Vamos esperar o melhor momento.



