Nesta sexta-feira (15), a embaixadora do Brasil na Organização das Nações Unidas (ONU), Maria Nazareth Farani Azevedo, ganhou destaque após sair durante o discurso do ex-deputado federal Jean Wyllys, em Genebra, na Suíça. Ela se pronunciou contra as declarações dele a partir do momento em que o ex-parlamentar começou a insinuar que a família do presidente Jair Bolsonaro teve envolvimento na morte da vereadora Marielle Franco.
Diante de elogios e críticas após sua decisão durante a reunião, muitos se perguntaram quem é Maria. A embaixadora, de 61 anos, nasceu em Alegre, no Espírito Santo, e cresceu em Brasília.
Em 1980, ela entrou para a Academia Diplomática, antes de concluir a faculdade de Direito. Naquele tempo, o Itamaraty não exigia o curso universitário para o ingresso na diplomacia.
O primeiro posto de Maria Nazareth foi em Washington, nos Estados Unidos. Depois, ela passou por outras cidades como Montevidéu, no Uruguai, Brasília e Genebra, de onde saiu em 2001.
O retorno de seu trabalho na cidade suíça aconteceu em 2008, quando começou a atuar como embaixadora brasileira na ONU. Em 2013, assumiu ações da embaixada do Brasil no país europeu.
Azevedo é casada há 26 anos com o também diplomata Roberto Azevêdo, diretor geral da Organização Mundial do Comércio (OMC). Ela é mãe de duas filhas, Paula e Luísa, e avó de duas netas.
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Em entrevista ao site O Antagonista, a embaixadora comentou seu posicionamento político. Cotada para comandar o Itamaraty de Bolsonaro, ela foi chefe de gabinete de Celso Amorim, entre 2005 e 2008, e ascendeu na carreira na gestão do PT, embora diga que sofreu perseguição durante o governo da esquerda.
– Jamais trabalhei para um governo, sempre trabalhei pelo Brasil com muita paixão, patriotismo e determinação. Sempre trabalhei com afinco. Fui promovida por diferentes governos sempre no topo da minha classe por merecimento; nunca levei carona. Não fui protegida pelo PT, ao contrário, fui perseguida pelo Itamaraty e pelo Palácio do Planalto entre 2011 e 2016, após fazer discurso crítico à Venezuela – disse.