Domingo de sol e o primeiro depois da retomada de bares, lanchonetes e restaurantes no Rio. Mais de cem dias fechados, os quiosques também voltaram a funcionar, obedecendo a uma série de regras protocolares impostas pelo decreto municipal para a reabertura. Por suas características físicas e de infraestrutura (são abertos, ventilados), eles são uma aposta para a retomada com segurança, junto com o uso das calçadas e vagas de veículos.
— Para não acontecer o que vimos no Leblon (aglomeração na Rua Dias ferreira na noite de quinta-feira), lançamos a campanha “De volta para a praia”, com dois personagens: Carioca Sangue Bom, que faz tudo de forma correta, e o Zé Furada, que insiste no erro — informa João Marcello Barreto, presidente da Orla Rio, durante blitz nas praias.
Responsável por 309 estabelecimentos do Leme ao Pontal, a Orla Rio produziu um guia de mais de 70 páginas com regras de higiene para os quiosques administrados pela empresa.
— Foram dois meses de preparo para uma retomada segura. Ao menos 250 quiosques reabriram, e a ideia é adaptar o documento à realidade de cada negócio, desde o que tem dois metros quadrados ao de 300, alguns tem cozinha no subtérreo e outros, na altura da calçada. Para isto, a Orla Rio, em parceria com a faculdade Univeritas, também disponibilizou um treinamento on-line para todos os nossos colaboradores com consultoria da infectologista Adelia Marçal — reforça Barreto, que também distribuiu kits de bebidas para ajudar os donos de quiosques, além de itens de segurança, como máscaras, protetores faciais, totens com álcool em gel e cardápio digital (acessado por QR code).
Na Zona Sul, boa parte dos quiosques também reabriu, com mesas mais distantes e funcionários usando máscaras e, em alguns casos, protetor facial.
— Os quiosques estão mantendo o distanciamento e não estão estão cheios. Dá para sentar com segurança. Mas seguro mesmo, com 100%, só depois da vacina — comenta a administradora Valesca Amancio, 41 anos, no Posto 11, Leblon.
As areias também ficaram movimentadas, alguns praticantes de altinho e ambulantes entre Ipanema e Leblon e jogadores de vôlei no Leme e em Copacabana.
Protetor facial e barra de acrílico no caixa
Na Zona Oeste, os sócios do Clássico Beach Club (que tem uma filial na Costa da Caparica, em Portugal) decidiram reabrir três dos quatro pontos no Rio (Barra, Grumari e Recreio), todos com a metade da capacidade, distanciamento de dois metros entre as mesas, álcool em gel nas entradas, adesivos no chão, cardápio digital (por QR code) e funcionários (todos) utilizando máscara e protetor facial (face shield).
— Colocamos ainda placas de acrílico nos caixas para evitar o contato do funcionário com o cliente. Hoje estamos com operação reduzida em 30%, e o nosso horário também. Esta conscientização veio do treinamento com a equipe, a Orla Rio já estava nos preparando há tempos para isto — conta o gerente geral Leandro Seixas.
Para chamar a atenção dos frequentadores e informar as medidas de segurança, a turma do Clássico produziu um vídeo e postou nas redes. O que chamou a atenção do contador Jeferson Teixeira, 41 anos, que mora em Botafogo, Zona Sul.
— Sempre fui cliente assíduo e quando soube do decreto de reabertura fui procurar nas redes se o quiosque estava nesta fase. Ao chegar, constatei o que previ, todas as medidas de segurança que foram divulgadas sendo tomadas. A gerência e os funcionários a postos e atentos. Ideal para dar uma amenizada na quarentena em casa sem expor ninguém ao risco — diz Teixeira.



