A cada 60 minutos, uma criança ou adolescente morre por arma de fogo no Brasil. Os dados fazem parte de um levantamento divulgado hoje (20) pela Sociedade Brasileira de Pediatria. Nas últimas duas décadas, mais de 145 mil jovens com até 19 anos morreram em consequência de disparos acidentais ou intencionais, como em casos de homicídio e suicídio.
Segundo o estudo, foram registradas 9.517 mortes entre crianças e adolescentes no país em 2016. O número é praticamente o dobro do identificado há 20 anos – 4.846 casos em 1997 – e representa o pico da série histórica. O levantamento também mostra que, a cada duas horas, uma criança ou adolescente dá entrada em um hospital da rede pública de saúde com ferimento por disparo de arma de fogo.
As principais causas de morte por arma de fogo entre crianças e adolescentes estão relacionadas a homicídios (94%), seguidos de intenções indeterminadas (4%), suicídios (2%) e acidentes (1%). No caso das internações, as tentativas de homicídio continuam na liderança, mas o volume de acidentes envolvendo armas de fogo também é muito expressivo: 26%.
“O país precisa de medidas efetivas para aumentar a segurança das nossas crianças e adolescentes, e também dos profissionais que os acompanham nas escolas, nas unidades de saúde, nos centros desportivos e outras instalações do tipo”, diz a Dra. Luciana Rodrigues Silva, presidente da Sociedade Brasileira de Pediatria. Para ela, as autoridades precisam assegurem a paz e a integridade dos jovens e daqueles que cuidam de seu bem-estar.