A Justiça do Rio de Janeiro decretou, nesta segunda-feira (10), a falência da operadora Oi, uma das maiores empresas de telecomunicações do país. A decisão foi tomada após o descumprimento de obrigações estabelecidas no plano de recuperação judicial e o acúmulo de dívidas bilionárias, encerrando uma trajetória de mais de duas décadas marcada por altos e baixos no setor.
A Oi, que já foi uma das principais fornecedoras de telefonia fixa e móvel no Brasil, vinha enfrentando uma grave crise financeira desde 2016, quando entrou pela primeira vez em recuperação judicial — o maior processo do tipo já registrado na América Latina, à época. Mesmo com tentativas de reestruturação, venda de ativos e negociações com credores, a companhia não conseguiu se reerguer.
Com a decretação da falência, um administrador judicial será nomeado para conduzir o processo de liquidação dos bens e pagamento dos credores. A decisão também impacta milhares de funcionários e clientes em todo o país, levantando dúvidas sobre o futuro dos serviços ainda prestados pela empresa.
Especialistas avaliam que o colapso da Oi simboliza o fim de um ciclo no setor de telecomunicações brasileiro, marcado pela privatização e pela intensa competição entre operadoras. “A Oi não conseguiu acompanhar a transformação tecnológica e perdeu espaço para empresas mais estruturadas e inovadoras”, destacou um economista ouvido pela reportagem.
Enquanto isso, órgãos reguladores acompanham de perto a situação para garantir que os usuários não fiquem sem atendimento. A Anatel informou que tomará todas as medidas necessárias para assegurar a continuidade dos serviços essenciais durante o processo falimentar.
A decisão representa o capítulo final de uma gigante que, por muitos anos, conectou milhões de brasileiros.



