A tensão segue alta na Zona Oeste do Rio de Janeiro após a confirmação do comandante do Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE) de que o traficante conhecido como Matuê está ferido e escondido na área de mata da comunidade da Cidade de Deus, dominada por criminosos ligados ao Comando Vermelho (CV).
Matuê é apontado como o principal suspeito de matar um policial da Coordenadoria de Recursos Especiais (CORE) e ferir dois agentes do 18º BPM (Jacarepaguá) durante um confronto armado na semana passada. Desde então, as forças de segurança intensificaram as buscas, realizando operações constantes na região.
Segundo informações repassadas pelo comandante do BOPE, o criminoso foi atingido durante a troca de tiros que resultou na morte do agente da CORE, mas conseguiu escapar e se embrenhar na mata densa que circunda a comunidade. O local é considerado estratégico para a fuga de traficantes, pois possui diversos acessos por vielas e rotas clandestinas que ligam a Cidade de Deus à Chacrinha, comunidade vizinha.
As autoridades afirmam que Matuê costuma se deslocar entre as duas localidades para despistar as equipes policiais, aproveitando a geografia do terreno e a proteção oferecida por comparsas armados. A movimentação constante dificulta a captura e aumenta o risco de novos confrontos.
Moradores da região relatam clima de apreensão e tensão. A presença ostensiva de blindados, helicópteros e equipes táticas é constante, e escolas próximas à área de mata chegaram a suspender as aulas por segurança.
O secretário de Segurança Pública do Rio informou que a operação para localizar Matuê é tratada como prioridade máxima. “Estamos diante de um criminoso de alta periculosidade, envolvido em ataques diretos contra forças policiais. Não vamos recuar até que ele seja preso ou neutralizado”, declarou.
Além das buscas terrestres, drones e equipamentos de visão térmica estão sendo utilizados para tentar detectar o suspeito mesmo sob a cobertura da mata. O BOPE e a CORE atuam em conjunto com o 18º BPM e o 31º BPM, reforçando o cerco na região.
Enquanto a caçada continua, a população da Zona Oeste aguarda apreensiva pelo desfecho dessa operação, que já é considerada uma das mais intensas dos últimos meses no combate ao crime organizado no Rio de Janeiro. A qualquer momento, a tensão pode se transformar novamente em tiroteio.