O Brasil enfrentou em 2024 o ano mais quente desde que começaram os registros históricos das temperaturas, em 1961. Segundo dados divulgados pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a temperatura média do país atingiu 25,02°C, superando recordes anteriores e evidenciando os impactos das mudanças climáticas globais.
Esse marco preocupante não se limita ao Brasil. O fenômeno El Niño, que aquece as águas do Oceano Pacífico e altera padrões climáticos globais, combinado ao aumento constante das emissões de gases de efeito estufa, contribuiu significativamente para a elevação das temperaturas. Em diversas regiões do país, foram registradas ondas de calor intensas, secas prolongadas e até mesmo fenômenos extremos, como tempestades severas.
Impactos no Brasil
A elevação da temperatura teve consequências graves em várias áreas. Na agricultura, a falta de chuvas e o calor excessivo prejudicaram safras importantes, como soja, milho e café. No setor energético, o aumento da demanda por energia elétrica, impulsionado pelo uso intensivo de ar-condicionado, pressionou sistemas de geração e distribuição.
Além disso, a saúde pública também foi severamente afetada. Especialistas apontam que o calor extremo aumenta os casos de desidratação, problemas respiratórios e doenças transmitidas por mosquitos, como dengue e zika. Nas cidades, a combinação de altas temperaturas e poluição agravou o desconforto da população, especialmente em áreas densamente urbanizadas.
Alertas dos cientistas
Pesquisadores alertam que o recorde de 2024 pode não ser um evento isolado. O aumento constante da temperatura média global indica que anos ainda mais quentes podem estar por vir, caso não sejam tomadas medidas urgentes para conter o avanço do aquecimento global.
Para o climatologista Paulo Costa, do Centro de Pesquisas Climáticas, “os dados de 2024 reforçam a necessidade de ações imediatas, tanto no Brasil quanto no mundo, para reduzir emissões de carbono e mitigar os efeitos das mudanças climáticas”. Ele destaca a importância de investimentos em energia renovável, proteção das florestas e planejamento urbano sustentável.
O que esperar do futuro?
O cenário reforça a urgência de políticas públicas voltadas para a adaptação às mudanças climáticas. Medidas como ampliar a conscientização da população, adotar práticas agrícolas mais sustentáveis e aprimorar os sistemas de monitoramento meteorológico são fundamentais para enfrentar os desafios impostos pelo novo normal climático.
Com 2024 marcado como o ano mais quente já registrado no Brasil, fica o alerta de que é preciso agir agora para evitar que esses recordes continuem sendo quebrados nos próximos anos, com consequências cada vez mais graves para a sociedade e o meio ambiente.



