A enfermeira Jessica Baltas, que atua em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) de um hospital particular de Cuiabá, afirma que ela e os colegas de trabalho vivem um momento de apreensão durante o combate à pandemia do novo coronavírus.
Jessica contou que, a cada notificação ou morte registrada pela Covid-19, o sentimento é de impotência.
“Você faz o juramento para salvar vidas e nem sempre isso é possível. Muitas vezes você quer agir pelo instinto, mas precisa ter a consciência de que você obrigatoriamente tem que agir pela razão e obedecer aos protocolos”, declarou.

Com 12 horas de trabalho a cada plantão, a enfermeira explicou que, nesse período, é possível entrar apenas duas vezes na sala de isolamento, como forma de proteger o paciente de outras infecções comuns do ambiente hospitalar e proteger a si mesma de ser contaminada pelo vírus.
No entanto, antes de atender a emergência, obrigatoriamente, a profissional precisa se paramentar, pois, segundo ela, qualquer erro pode contaminar outros profissionais que estão fora do isolamento. Essa preparação pode levar tempo.
“Chegar em um plantão com um paciente com Covid-19 confirmado é ter a certeza de que seu dia pode não sair bem. Você precisa chegar e planejar com a equipe como serão as 12 horas, quanto de material vai usar, se o paciente fará hemodiálise, quantas horas o técnico terá que ficar lá dentro, calcular a quantidade de medicação nas bombas de infusão e, principalmente, garantir que nenhuma delas pare no intervalo de tempo calculado”, explicou.
Jessica afirmou que todo esse planejamento é estressante e torna a rotina cansativa. “Se sair do planejado, o medo da contaminação nos consome”, disse.
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