De acordo com o economista e professor do Ibmec, Thiago de Moraes Moreira, o Rio registrou, pela primeira vez desde início da pandemia causada pelo Coronavírus, a curva de contágio do Coronavírus foi registrada abaixo de 0,03 . Nesta quarta (10/06), o número chegou a 0,029, o menor deste então.
Segundo o modelo matemático adotado pelo especialista, que coordena o gráfico da velocidade da curva da Prefeitura do Rio, a previsão é de que o coeficiente chegue a 0,025 nos próximos nove dias, considerando-se que este é o período da defasagem entre a contabilização das internações em enfermarias e UTI e a divulgação de dados pela Secretaria de Saúde.
O método leva em consideração o número acumulado de contaminados no Rio para calcular o quanto a velocidade de uma trajetória exponencial vem crescendo em pontos percentuais. Vale lembrar, no entanto, que apesar de ser uma boa notícia, o nível desejado para uma reabertura mais ampla e gradual é de 0,01 (leia-se 1%). E, quanto mais achatamos a curva, mais difícil se torna fazê-la cair. O cálculo, atualizado diariamente, sempre faz referência aos catorze dias anteriores, período que caracteriza o ciclo da doença.
“Já que não fazemos testagem em massa, devemos considerar a origem dos nossos dados, que são fruto das internações caracterizadas como Síndrome Respiratória Aguda Grave em leitos de UTIs e enfermarias. Daí, concluímos que a defasagem é de nove dias, ou seja, estamos sempre olhando para trás e precisamos interpretar os números a partir deste cenário”, explica o economista.
O professor do Ibmec lembra que as medidas mais restritivas do isolamento social, implementadas em 12 de maio pelo prefeito Marcelo Crivella, surtiram efeito exatamente 14 dias depois (o pico de internações foi em 25 de maio, com 1 558 doentes).
“Os números começaram a cair depois de 26 de maio, o que aponta uma importante redução no quadro, e que reforça a importância de seguir à risca as recomendações de isolamento social e de segurança, como o uso de máscara e álcool gel, além do distanciamento entre as pessoas por exemplo”, ressalta.
De cordo com o último boletim divulgado pela secretaria estadual de Saúde nesta quinta-feira (11/06), a capital fluminense tem 7.363 mortes e 75.775 contaminados pelo Coronavírus.



