QUANDO UMA MÃE PERDE UM FILHO, TODAS AS MÃES PERDEM UM POUCO TAMBÉM 💔😢
Uma menina. Somente uma menina. Uma menina como tantas outras com tudo por viver. Uma menina sorridente e dedicada, de 12 anos, que gostava de andar com laço no cabelo castanho ondulado, em Santana da Boa Vista (RS), município de 8 mil habitantes onde todo mundo se conhece, foi encomendar um figurino de seu grupo predileto, Now United, com uma costureira vizinha. A uma quadra de sua casa. Era ir e voltar rapidinho. Num suspiro. Mas nunca mais regressou.
A senhora que ela procurava não estava no momento, quem atendeu foi o filho de 29 anos, que a mandou entrar, esperar e ficar à vontade. À vontade para asfixiar a criança e a esconder no roupeiro.
Se não fosse o tênis da menina que a mãe identificou no local, esquecido pelo assassino na pressa de ocultar o seu crime, o corpo não seria localizado rapidamente.
Não é possível reproduzir em palavras a dor da mãe ao enxergar o calçado avulso, ainda amarrado, longe da âncora do pé e do destino.
Aquele anúncio macabro e vertiginoso de uma emboscada, que algo estava muito errado, que a crueldade havia quebrado a rotina de uma família, que nunca realizou nada de ruim, que apenas trabalhava dignamente para pagar as contas.
De uma biografia inteira, de uma infância inteira, sobrou um tênis. A pista de um tênis. A herança de um tênis. O que é um tênis sem par, uma mãe sem a filha?
Em menos de vinte minutos, a menina viu o seu futuro ser arrancado de si. Não dá para dizer que perdeu o resto da vida, porque tinha apenas vivido o começo dela.
A tragédia se desenrolou na quarta (10/6), mas no pensamento materno se repetirá a cada manhã de cada novo dia. Porque ela não sabia de nada para conseguir evitar o homicídio, desconhecia, do agressor, os antecedentes por ato obsceno e duas ocorrências por ameaça. Por mais que ela queira recuar no tempo e dissuadir a visita, a culpa não é dela, que sempre a protegeu.
Que inferno é esse que estamos testemunhando e não cansa de abusar e assassinar pequenos inocentes? Como interromper um ciclo de mortes e de horror (Rafael Mateus Winques, 11 anos, assassinado recentemente – 25/6 -, em Planalto/RS)?
É uma menina frágil e insegura subtraída num piscar de ódio, uma Menina Nunca Mais: nunca mais vai rever suas bonecas, nunca mais vai brincar de patinação, nunca mais dividirá as lições com os seus colegas da sexta série, nunca mais encontrará o colo de seus afetos, nunca mais abraçará o cãozinho da raça shih tzu, que latirá agora para a porta, a esperando eternamente, em qualquer barulho na maçaneta.
Uma menina não existe mais, anulada para sempre a sua chance, o seu direito de se diferenciar de tantas outras meninas pelos seus sonhos e desejos.
E não pôde nem se despedir tamanho o seu sofrimento gritando por socorro. Aconteceu em Santana da Boa Vista (RS) na última semana, aconteceu também em meu coração.
Este caso e outros, não podem ficar impunes!



