A Polícia Civil vai investigar uma rede de prostituição interestadual da qual faria parte Lucas Pinho Ramos, de 24 anos, assassinado no último dia 3 de julho, em Santa Cruz. De acordo com as investigações, o rapaz era o responsável por encaminhar prostitutas e garotos de programa para criminosos das quatro facções criminosas do estado. Um dos milicianos mais procurados do Rio, Wellington da Silva Braga, o Ecko, é investigado como mandante do assassinato, como o EXTRA revelou nesta segunda-feira.
Para os policiais, o jovem seria uns dos agenciadores e homem de confiança de traficantes e milicianos quando a questão era orgia. Lucas foi morto após contar para integrantes de uma facção criminosa, em um baile funk no Complexo do Alemão, há pouco mais de um mês, que se relacionou sexualmente com Ecko. Segundo o inquérito ao qual o EXTRA teve acesso, a história se espalhou e por isso o paramilitar teria decretado a sua execução.
Ainda segundo uma testemunha, Lucas e outras três garotas de programa foram convidadas para uma festa da milícia no último dia 2 de julho. Após o encontro, já na madrugada do dia 3, quando o grupo voltava, Lucas foi assassinado com tiros de fuzil.
Segundo a Polícia Civil, a rede de prostituição é complexa. Nos últimos dias algumas testemunhas já foram ouvidas. Inclusive, uma mulher que veio do Sul especialmente para oferecer serviços sexuais a comparsas de Ecko.
Em depoimento, as garotas de programa afirmaram que cada programa variava de acordo com a quantidade de homens com quem teriam que se relacionar a cada noite. O valor variava de R$ 1 mil a R$ 2 mil. De acordo com as investigações, as jovens e os meninos de programa sempre ficavam hospedados em um apart-hotel na Barra da Tijuca. Só saíam do residencial para realizar os programas contratados.
— Em mais de 20 anos de carreira eu nunca vi alguém que fazia agenciamento de mulheres e homens para facções criminosas. E outra: é muito incomum uma pessoa transitar por todas as facções como a vítima fazia — afirmou um investigador.
O EXTRA procurou a família de Lucas. No entanto, nenhum parente atendeu as ligações. Em uma postagem nas redes sociais, uma irmã dele escreveu: ‘‘O que você faz com a sua vida, meu irmão?’’. Ecko foi indiciado pelo homicídio. A recompensa por informações que levem ao seu paradeiro está em R$ 10 mil.