Moradores e comerciantes de diferentes regiões do Rio de Janeiro denunciam episódios de furtos de cabos de telefonia e energia elétrica.
De acordo com a Rio Luz, só em 2019, foram mais de 48 mil metros de cabos furtados, um prejuízo de R$ 327 mil. No primeiro semestre de 2020, já houve furto de mais de 12 mil metros de cabos de iluminação pública, equivalente a mais de R$ 112 mil de custo ao governo.
Além de casa e comércio afetados, hospitais, túneis, viadutos e vias de grande movimentação, como a Linha Vermelha e a Autoestrada Grajaú-Jacarepaguá, também são locais de maior incidência dos furtos.
A Light diz que houve 459 furtos de cabos de energia só no primeiro semestre deste ano. A Zona Sul e o Centro são os locais com mais episódios.
Na Ponte Rio-Niterói, um homem foi flagrado na saída da via, à luz do dia, puxando cabos de iluminação e atravessando a pista sem se preocupar com a polícia ou movimentação intensa de carros.
Só no mês de junho, bandidos levaram 4 mil metros de fio de cobre, deixando diversos acessos da Ponte sem luz. O material é reposto e furtado novamente.
De acordo com a Polícia Rodoviária Federal, os furtos são praticados pela mesma quadrilha. Um dos integrandes já foi preso mais de 10 vezes, mas solto.
Na madrugada desta segunda-feira (20), moradores da Rua Barão do Cotegipe, em Vila Isabel, na Zona Norte do Rio, filmaram o momento em que um homem se apoia na rede de telefonia e tenta cortar os fios. Em seguida, ele desce e começa a puxar os cabos roubados para levar o material embora.
Na mesma região, um comerciante da Pavuna relata que tem os serviços prejudicados devido aos furtos de cabos de telefonia. “Nós que dependemos do telefone para atender o dique, a entrega delivery, ainda mais nessa época de pandemia, nós estamos tomando um prejuízo enorme. Já chegou a um ponto que basta, né? Chega”, diz.
Em Jacarepaguá, na Zona Oeste, o Hospital Cardoso Fontes ficou sem telefone devido aos furtos. Pacientes ficam sem comunicação com a família.
“Tenho um parente de 74 anos que deu entrada na emergência na quinta-feira. Por conta da pandemia, não pode ficar com acompanhante e celular, e nos foi fornecido um telefone do hospital. Ligamos na sexta-feira para obter informações e ninguém atendia. Então, sábado, fomos lá e informados por uma recepcionista que o hospital estava sem telefone porque os cabos telefônicos tinham sido furtados”, explica um familiar.
Já em Guaratiba, um morador diz que os furtos são rotina. “Desde o começo da pandemia, a gente passa 7 dias com internet e mais 10 sem internet. Nós temos pouco policiamento, o que ajuda essas pessoas a roubarem mais de três quilômetros. A estrada que eles roubam tem mais de três quilômetros de cabo”, diz Fellipe Santos.