Homens encapuzados e armados de fuzis foram vistos na tarde desta segunda-feira (6), em pleno horário de aula, nos fundos do CCS (Centro de Ciências da Saúde), no campus da Ilha do Fundão, zona norte do Rio de Janeiro. Eles haviam roubado um caminhão de entregas da empresa FedEx, que transportava eletrônicos e, na fuga, acabaram entrando na área da UFRJ.
No CCS, funcionam as faculdades de medicina, odontologia, enfermagem e educação física, entre outras.
A reitoria da UFRJ confirmou que os suspeitos estavam na altura da Rua Luís Renato Caldas, no campus, por volta das 15 horas. O motorista do caminhão da FedEx foi abordado na descida da ponte velha do Galeão. Os ladrões renderam o condutor e também quem dirigia os veículos de escolta, e, em seguida, seguiram para a Cidade Universitária.
Foi na UFRJ que libertaram os funcionários da empresa, informou a reitoria, com base em informações da Divisão de Segurança da universidade. Estudantes que estavam no Bloco N do CCS testemunharam a ação dos bandidos, segundo a reitoria. Não houve tiroteio. O roubo foi registrado na 37ª Delegacia de Polícia e ninguém foi preso.
“Destaca-se que em nenhum momento ocorreu confronto entre os envolvidos ou ação de criminosos dentro do prédio da UFRJ. Os criminosos deixaram o campus antes de a polícia chegar ao local”, diz nota oficial da universidade.
“A prefeitura da UFRJ, responsável pelo trânsito no interior campus, já estuda novas formas para controle de entrada e saída de veículos da Ilha do Fundão. A ação contribuirá para evitar a ocorrência de crimes na Cidade Universitária”, informou ainda o comunicado.
A falta de segurança na Ilha do Fundão é uma reclamação antiga de alunos, professores e funcionários, que se ressentem da precariedade da iluminação e do policiamento insuficiente e relatam casos de assaltos frequentes, além de arrombamentos de automóveis e até de sequestros-relâmpagos.
Em julho do ano passado, o estudante de Letras Diego Vieira Machado, de 29 anos, foi assassinado no campus e seu corpo foi encontrado às margens da Baía de Guanabara, dentro da ilha. Ele teria sido vítima de homofobia. O caso não foi elucidado até hoje. Maior universidade federal do Brasil, a UFRJ é vizinha do complexo de favelas da Maré, cujos moradores convivem com uma disputa violenta entre traficantes de drogas de facções rivais e ainda milicianos.
FONTE: R7