A constituição do bairro de Campo Grande está associada à necessidade de desenvolvimento de terras da região. “Campo Grande se desenvolveu, como em todo o processo colonial brasileiro, através de sesmarias, que eram grandes porções de terras doadas pela Coroa Portuguesa a pessoas que fossem consideradas merecedoras da doação. A única condição é que a terra doada se desenvolvesse economicamente. Campo Grande fazia parte da Freguesia de Nossa Senhora da Apresentação de Irajá, mas depois se emancipou e formou a Freguesia de Nossa Senhora do Desterro de Campo Grande. No final do século XIX, surgiram os trens e os bondes e o bairro foi surgindo e se desenvolvendo, sempre com uma economia baseada na agricultura”, conta o escritor André Luis Mansur. Nesse processo, a Paróquia Nossa Senhora do Desterro teve um importante papel, pois foi em volta dela que Campo Grande começou a se desenvolver, como conta a escritora Odaléia Renauro: “Para que se criasse uma freguesia, no nosso caso a Freguesia de Nossa Senhora do Desterro de Campo Grande, era necessário uma igreja, um pároco, um cemitério, entre outras exigências. Foi ao redor dela que a população se concentrou”.
Ao longo de seu desenvolvimento, Campo Grande passou por atividades econômicas ligadas à cana-de-açúcar, ciclo da laranja, e depois pela expansão imobiliária e instalação de grandes indústrias, o que levou a uma grande ocupação populacional, como conta a presidente do Instituto Campograndense de Cultura, Odaléia Renauro. “Com a expansão imobiliária, houve o loteamento de propriedades rurais. Construída a Estrada de Ferro Central do Brasil, ao longo dela e das estradas de rodagem, surgiram os núcleos residenciais. Campo Grande foi o núcleo que mais cresceu. A implantação de grandes indústrias veio a alterar, de forma decisiva, as características da região. Hoje, Campo Grande é um grande centro comercial e conta com filiais de grandes empresas. Com o progresso e, muitas vezes, o descaso das autoridades, surgiram problemas que precisam ser resolvidos, como rede de esgoto, e abastecimento de água, trânsito, escolas e hospitais, que são precários”.
Fonte: ACICG
FOTO: Ano 1952
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