Empacou na Câmara do Rio o projeto de emenda à Lei Orgânica para armar a Guarda Municipal, de altíssimo interesse do prefeito Marcelo Crivella (Republicanos).
O autor da proposta, Jones Moura (PSD), até diz que vai tentar pôr o projeto na pauta na semana que vem. E vai contar com a boa vontade dos colegas para aprovar o regime de urgência:
“Temos vereadores que querem votar esse projeto e precisamos debater essa votação para a sociedade. O projeto sendo aprovado ou não, a sociedade precisa que ele passe pelo teste na Câmara”, diz ele.
Mas, depois das duas votações para a abertura dos processos de impeachment, o governo percebeu que não tem mais o famoso rolo compressor.
De acordo com os cálculos da base, o Palácio da Cidade soma hoje 24 votos; quando muito, 25 — e, se o tema for muito polêmico, nem isso.
A oposição, por outro lado, tem gente suficiente para completar o número mínimo de assinaturas para apresentar emendas — e mandar o projeto de volta às comissões.
Diante disso, a própria prefeitura recuou.
“Uma audiência pública foi cancelada ‘a pedido do governo’. E até agora ninguém falou mais nada”, conta Tarcísio Motta, líder do PSOL.
Segundo até os governistas, dificilmente o projeto vai a votação ainda este ano.
E o prefeito não poderá apresentar a fatura aos bolsonaristas antes da eleição.
Outros empecilhos
O Ministério Público Federal não gostou nem um pouquinho do convênio assinado entre a Prefeitura do Rio e a Polícia Rodoviária Federal (PRF).
A força federal cedeu 150 pistolas à Guarda Municipal carioca — que nem pode ainda andar armada.
Por enquanto, o MPF pediu só esclarecimentos.
Alerta
E a Polícia Civil ainda apontou a participação de três guardas municipais na milícia que extorquia dinheiro de comerciantes de Madureira — um deles, inclusive, ex-funcionário do velho Palácio Pedro Ernesto.
Para deixar os nobres com medo de que as armas destinadas à corporação municipal acabem servindo a intenções erradas.