Por uma seguidora da página que prefere não se identificar…
No dia 19/11/2020 as 10:00h fomos informados que Luciano da Silva Guimaraes estava desaparecido desde a noite do dia anterior quando havia saído de casa por volta das 17:00h para trabalhar na empresa EBSE. Deslocamo-nos para a empresa, que fica na Av. Santa Cruz, 10280 – Santíssimo, Rio de Janeiro – RJ e ao chegarmos no local fomos informado por funcionários que saiam do trabalho do turno da noite que havia um corpo na linha férrea atrás do muro da empresa que acabara de ser removido para o IML pelo corpo de bombeiros. Esses mesmos funcionários possuíam fotos nos seus celulares de um homem negro caído na grama virado pra cima com os dois braços estendidos sobre a cabeça, com a chave do seu carro sobre as pernas e sem uma das botas que calçava como se tivesse sido puxado pelas mãos e deixado no local onde foi encontrado. Pelas fotos era possível perceber um corte profundo na lateral da face o que foi constatado posteriormente pela perícia , no laudo cadavérico, como causa da morte. O carro dele ainda estava estacionado em frente a empresa com a mala aberta e no seu interior encontrava-se a sua carteira com seus documentos.
Após o ocorrido, procuramos a 35DP e fomos informados que os policiais militares que foram acionados para o local da ocorrência registraram o fato na delegacia como acidente na linha férrea e que o corpo havia sido removido sem qualquer procedimento de pericia por parte da polícia.
Cinco dias após o ocorrido a delegacia ainda não havia iniciado qualquer investigação para apurar os fatos, tampouco notificado a empresa e seus funcionários para prestarem esclarecimentos sobre o caso.
Após uma semana da morte, a policia iniciou a investigação e a delegacia solicitou as imagens do interior da metalúrgica para averiguação e teve seu pedido negado pela empresa, que se recusa a colaborar com as investigações. Até o momento, nenhum funcionário da empresa foi ouvido no inquérito e nada foi apurado.
Passados 14 dias e nenhuma resposta foi dada para a família que sequer sabe o que aconteceu na noite do dia 18/11, quando Luciano encontrava-se no interior da empresa, como mostra a localização do GPS do seu celular que desapareceu no dia do incidente, antes de ser encontrado morto nos fundos da EBSE.
Essa parece ser a historia de mais um operário pobre e negro ignorado pela sociedade e desprezado pelas autoridades, cujo dever era zelar pelo principio constitucional de igualdade onde todos deveriam ser tratados iguais, perante a lei.
Tendo em vista o descaso por parte das autoridades e a falta de sensibilidade da empresa, que em nenhum momento procurou a família para se pronunciar sobre o ocorrido ou propor qualquer tipo de auxilio em busca da elucidação do ocorrido, decidimos fazer neste sábado dia 05 de dezembro de 2020 as 09:00 uma mobilização popular em frente a delegacia 34DP em direção a empresa EBSE para pressionar ambos a darem uma solução para o fato ocorrido na noite do dia 18 de novembro, quando um operário negro vestindo o uniforme da empresa foi encontrado morto próximo ao seu local de trabalho sem qualquer motivo aparente.



