Por que defender a União da UEZO à UERJ neste momento?
O Centro Universitário Estadual da Zona Oeste – UEZO, em Campo Grande, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, completou 16 anos de existência em 2021. A criação da UEZO foi esperada e comemorada pela população da Zona Oeste, desejosa de uma instituição de ensino superior para atender a região através da oferta de ensino superior público.
Após sua criação, não houve continuidade em investimentos para o crescimento do Centro Universitário, o abandono atravessou diversos governos.
A UEZO não tem quadro de servidores técnicos administrativos, não existe previsão legal para contratação de professores substitutos, para concessão de bolsas e auxílios aos alunos. A falta de estrutura física e de pessoal não permite a oferta de bandejão, melhorias na biblioteca, atendimento com qualidade de acompanhamento ao estudante, ampliação do número de laboratórios didáticos e de pesquisa, o que impede a ampliação da oferta de vagas no ingresso.
Outro grande problema que a UEZO enfrenta é a falta de professores para atender várias disciplinas, decorrente da enorme evasão, devido à falta de isonomia salarial e de autorização para realizar concurso público para substituição das vacâncias ou preenchimento das vagas do quadro previsto na lei de criação Nº 5380/2009.
Até hoje, os servidores da UEZO recebem remuneração muito inferior em relação aos servidores da UERJ e UENF. A instituição não consegue oferecer mais cursos de graduação, pós-graduação e cursos de extensão comunitária para atender plenamente a população da Zona Oeste porque tem servidores em número insuficiente.
Os servidores e alunos vêm denunciando há anos o descaso do Estado com a instituição.
Foram feitas inaugurações de três pedras fundamentais que marcariam a construção do Campus da UEZO na Avenida Brasil ao longo dos últimos 8 anos. Foram necessários 4 anos de intensas lutas para dar posse há 14 professores que fizeram concurso nos anos de 2014 e 2015.
O Projeto de Lei que trata da implementação do regime de Dedicação Exclusiva dos professores foi incluído na pauta do dia para votação na ALERJ no dia 03 de setembro de 2015 e há 6 anos aguarda votação. Há pilhas e pilhas de processos administrativos negados na UEZO pela Procuradoria do Estado com base no Regime de Recuperação Fiscal. Foram feitas passeatas em Campo Grande, ocupação do campus, greve dos docentes, manifestações na ALERJ, muitos e-mails enviados e muitos chás de cadeira. Esta situação tem sido denunciada por anos e anos.
A UEZO encontra-se hoje em uma encruzilhada: entre a sua morte por inanição ou a sua incorporação à UERJ.
A incorporação da UEZO pela UERJ tem objetivos claros: salvar a instituição do colapso, após muitos anos de descaso absoluto e garantir uma universidade pública forte, consolidada e socialmente referenciada aqui em Campo Grande. Não é verdade que morador da Zona Oeste não terá acesso à UEZO se ela se tornar um campus da UERJ.
Este discurso é racista, preconceituoso e inapropriado, revela profundo desrespeito pela instituição UEZO, seus servidores que há 16 anos lutam para manter a instituição funcionando à duras penas, seus estudantes que se esforçaram para ingressar na instituição e pelos moradores da Zona Oeste.
A política de cotas, de pioneirismo da UERJ, vem possibilitando a democratização de acesso ao ensino superior há muitos anos.
Muitos estudantes da UERJ e demais instituições de ensino superior públicas são moradores de bairros da Zona Oeste e enfrentam longas horas de transporte diariamente para poder estudar. A UEZO e a UERJ desejam a incorporação e a Zona Oeste precisa!
Fonte: Jornal amarelinho