Uma projeção da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) estima que este ano as vendas de Natal movimentarão cerca de R$ 35 bilhões, o que representa um avanço de 5,2% na comparação com o mesmo período do ano passado e o maior desde 2013.
Para os empresários que estão vendo suas vendas aumentarem conforme a data comemorativa se aproxima, o momento é de estabelecer as prioridades para os gastos desse dinheiro extra que está entrando nos caixas da empresa. Segundo o especialista em Gestão de Risco, Tiago Melo, a melhor aplicação é no próprio negócio. “Aconselho que invistam no que são melhores, sua própria empresa. Esta será sua maior geradora de receita de lucros rápidos. Evidentemente é importante que com a sobra de recursos oriundos desse ano, primeiramente utilize-a para a reestruturação de seu fluxo de caixa e reserva emergencial, algo em torno de 20 a 25% do lucro anual. Caso este não seja o seu caso, aconselho analisar a real demanda para o próximo ano e se nos últimos três meses houve aumento da demanda de produção ou de faturamento dessa empresa, aconselho investir na estruturação e crescimento do seu negócio, como modernização de seu maquinário, estrutura física, reciclagem do conhecimento dos seus profissionais e o aumento de sua mão de obra”, aconselha.
Para os gestores que têm dívidas ativas, não há dúvidas: a melhor solução para aplicação do dinheiro é o pagamento delas. “Quitação de compromissos com taxas elevadas de juros, tais como cartões e cheques especiais devem ser as prioridades. Além disso, os investimentos que estão ligados diretamente a aumento de competitividade, tais como investimentos e equipamentos e em capacitação de pessoal. Deve-se também prever uma parcela para divulgação e propaganda”, aconselha o economista e consultor do Sebrae, Sergio Dias.
Os especialistas alertam que mesmo com um aumento das vendas neste fim de ano, é importante avaliar se só este acréscimo será suficiente para fazer grandes investimentos e explicam que ter uma reserva financeira para tempos menos rentáveis é primordial. “Primeiramente, é preciso avaliar o custo médio operacional para realização das atividades da empresa e produção. Se ao final do exercício de 2017 houver um lucro real líquido superior a 9% que o ano anterior, é um ótimo indicativo para a ampliação das ações para o ano de 2018. Mesmo que seja otimista esse cenário, aconselho a ter sempre um plano B (fluxo de caixa, reserva) para que se os ventos do cenário econômico mudarem, o empresário sempre tenha uma base de sustentação para os imprevistos”, adverte Melo.
Outra sugestão do especialista em Gestão de Risco Tiago Melo que permitirá ao empresário avaliar o que há de recursos disponíveis para investir é separar sempre os ativos pessoais e ativos da empresa. “Sugiro que sempre o empresário se paute na primeira regra da boa gestão de recursos econômicos no mundo corporativo que é nunca misturar receitas e despesas da pessoa jurídica e despesas da pessoa física. Com a queda da taxa SELIC, que não durará por muito tempo, mas mesmo assim permanecerá abaixo do que vinha acontecendo, será extremamente positivo em relação à vida da pessoa jurídica, pois permitirá ao empresário gerar e administrar recursos dentro de sua empresa. Caso haja a existência de um fundo com o intuito de investir, sugiro ao empresário aplicar a curto prazo em títulos do tesouro nacional com rendimento pré-fixado, pois mesmo assim teremos uma geração maior que a poupança. Temos que lembrar sempre que tanto para a vida da pessoa jurídica quanto física, nos investimentos de rentabilidade alto, os riscos são igualmente altos, portanto, sugiro que tenham um ótimo consultor financeiro para indicar uma pulverização de investimentos de risco médio e baixo” recomenda.
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FONTE: ACICG