O vereador Carlos Bolsonaro (PL) apresentou um controverso projeto de lei na Câmara Municipal do Rio de Janeiro, visando banir cardápios vegetarianos e veganos das unidades de ensino público. Introduzido no dia 9, o Projeto de Lei nº 3.027/2024 tem causado debates acalorados sobre as implicações de tal medida nas escolas e creches da capital fluminense.
O projeto é composto por três artigos. O primeiro deles é um veto direto ao oferecimento de opções vegetarianas e veganas nas instituições educacionais. O segundo artigo proíbe explicitamente os educadores de incentivarem o vegetarianismo ou veganismo, sob qualquer circunstância. O terceiro e último artigo estipula que a lei, caso aprovada, entraria em vigor imediatamente após sua publicação.
Na justificativa do projeto, Carlos Bolsonaro levanta uma série de questionamentos sobre a adequação dos cardápios vegetarianos e veganos em escolas, apontando para reportagens que, segundo ele, justificariam a proibição. No entanto, sua argumentação carece de suporte em dados científicos sólidos que fundamentem tal restrição. “É recomendável que uma escola adote e ofereça um cardápio vegetariano/vegano sem o estrito conhecimento e o consentimento de pais e responsáveis?”, questiona o vereador em seu texto.
Além disso, Carlos Bolsonaro afirma que a dieta tradicional, que exclui as restrições vegetarianas e veganas, possui eficácia comprovada por estudos, embora não mencione as fontes destes dados. O vereador também critica o que ele chama de “militância de esquerda”, associando-a à defesa do vegetarianismo e veganismo, e argumenta que tal associação distorce o debate sobre meio ambiente. Segundo ele, a pauta ambiental vem sendo transformada em “crendice ao invés de ciência séria”, e ataca diretamente os que culpam a agropecuária pelo aquecimento global.
Para que o projeto seja aprovado, ele precisa ser analisado e passar por diversas comissões, incluindo Justiça e Redação; Administração e Assuntos Ligados ao Servidor Público; Abastecimento Indústria Comércio e Agricultura; Higiene Saúde Pública e Bem-estar Social; e Educação. A proposta já está gerando intensas discussões sobre os direitos alimentares nas escolas e o papel da educação no incentivo a estilos de vida saudáveis e sustentáveis. A comunidade educacional e os pais aguardam ansiosamente o desenrolar desses debates.