A natureza, de fato, caprichou no Brasil. E quem diz isso não são apenas os brasileiros. O mundo reconhece em nós um lugar especial. Justíssimo. Como não se render a um país que brinda o viajante com praias, cânions, serras, falésias, piscinas, aquários naturais, sítios arqueológicos, os mais incríveis pores do sol e uma variedade de vegetação e fauna? Some-se a isso comida boa, ritmos e danças contagiantes, muita hospitalidade e as experiências em cada parada – que valem uma vida.
Por isso, circular por aí não deve ser um acontecimento reservado a quem chega de fora. O turismo local pode revelar encantos, inclusive a quem nasceu brasileiro e encontra, perto ou longe de casa, um aconchego nunca antes explorado. Nestas férias de verão, eleja o seu roteiro favorito, faça as malas e desconecte-se da rotina. Este território abençoado é todo seu. Bem-vindo.
Visões do Paraíso em Arraial do Cabo (RJ)
Algumas das praias mais bonitas do Brasil concentram-se na Região dos Lagos, no município fluminense de Arraial do Cabo, onde a água reflete variações das vibrantes nuances de verde e azul. É difícil dizer qual ganha no quesito exuberância. Todas saem bem na foto. Dedique parte do seu tempo para celebrar a Praia do Farol. Só se chega ali por trilha ou de barco. Ela foi classificada pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais como uma das mais perfeitas do país, segundo critérios de pureza da água, qualidade da areia e paisagem. Mas nem em sonho alguém pode passar um dia inteiro ali, ao lado de golfinhos, tartarugas marinhas e até raias. Por tratar-se de uma área de proteção ambiental da Marinha, apenas 250 visitantes podem permanecer a cada 45 minutos.
O mesmo serviço que leva para lá passa por outro local imperdível, a Praia do Pontal de Atalaia. É obrigatória a parada no mirante com vista de arrancar lágrimas. O por do sol ali é um show que invade o espectador. Também merece destaque o da Praia Grande. Fica quase impossível conter os aplausos. Batendo a vontade de comer algo diferente ou fazer umas comprinhas, sempre haverá Cabo Frio e Búzios logo ao lado. As duas cidades têm pousadas e hotéis para lá de charmosos. Separe o biquíni.
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Uma viagem no tempo na Serra da Capivara (PI)
Entre as maravilhas abrigadas pelo sertão nordestino, o Parque da Serra da Capivara é um ponto alto. Por si só, o pedaço do semiárido piauiense já é lindo, mas lá está também o maior conjunto de arte rupestre pré-histórica das Américas. São mais de mil sítios arqueológicos com cerca de 40 mil grafismos sobre paredões areníticos, datados de 6 a 12 mil anos atrás, o que faz da região um Patrimônio Cultural da Humanidade, listado pela Unesco. A visita completa leva em torno de seis dias, por isso é bom fazer um trecho de cada vez com acompanhamento de guia profissional. Os circuitos incluem áreas históricas e paisagens que unem formações rochosas únicas, serras, cânions, além da fauna e flora da caatinga.
No Boqueirão da Pedra Furada, sítio-modelo de escavação, estão as pinturas mais famosas do parque e vestígios de vida de 50 mil anos atrás. Já o circuito Desfiladeiro da Capivara reúne impressionantes figuras humanas desenhadas. No Baixão das Andorinhas, no fim da tarde, é possível encontrar andorinhões e até urubus-reis descendo aos abrigos nos cânions. A base da viagem é a pequena cidade de São Raimundo Nonato, onde restaurantes modestos garantem pratos saborosos, a bons preços, preparados à base de carne de bode, a mais festejada iguaria do sertão nordestino.
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Santuário quase deserto na Península de Maraú (BA)
Estando na região do sul da Bahia, é necessário perder-se em Boipeba, conhecida como o Caribe Baiano, onde vale destacar a Península de Maraú. Nem precisa se esforçar muito para entender o motivo. Trata-se de um santuário ecológico com mais de 40 quilômetros de praias, praticamente desertas, e uma variedade fantástica de ecossistemas espalhados por todo canto, de recifes a manguezais.
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Quem conhece muito bem as praias do país certamente inclui Taipus de Fora na lista das mais belas. Está localizada a 100 metros de formações rochosas de onde brotam corais. Tudo é divino, mas a grande atração é a piscina de 1 quilômetro de extensão na qual peixes de todas as cores circulam em torno dos visitantes. Na Cachoeira do Tremembé, mais um momento de deleite no melhor estilo baiano. O Rio Maraú despenca numa queda de 5 metros de altura e 30 de largura, alimentando um lago onde a água salgada e a doce se misturam. Tomar banho ali, além de refrescante, permite lavar a alma.
Mas nada é completo na Bahia sem uma mesa bem temperada. Aproveite as especialidades da vila da Barra Grande, endereço da península que concentra gostosos restaurantes e pousadas. A mais conhecida receita do pedaço é a banana com catado de siri. Vale experimentar! A versão local do camarão com coco também é perfeita para selar um dia de relaxamento sob o sol.
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Areias para dançar em Itaúnas (ES)
No litoral norte do Espírito Santo, esta vila, ligada ao município de Conceição da Barra, tem muita história para contar. A começar pelo fato de que, nos anos 1970, a original Itaúnas foi soterrada pela areia e se mantém até hoje coberta por dunas de até 30 metros de altura. O povoado mudou-se para a margem oposta do rio, mais para dentro da cidade. O povo de lá, há alguns anos, pegou gosto pelo forró. A ponto de sediar o mais importante festival brasileiro desse ritmo e atrair pessoas de todas as idades para bailes em locais fechados ou à beira-mar.
Mas a música é só a cereja no bolo de um lugar ainda pouco conhecido e cheio de boas surpresas. A começar pelo Parque Estadual de Itaúnas, declarado Patrimônio da Humanidade pela Unesco e área de preservação ecológica. Ele reúne grande variedade de ecossistemas associados à Mata Atlântica, além de 23 sítios arqueológicos com pedras lascadas, cerâmicas e diversos objetos indígenas da época da colonização.
Também tem praias belíssimas, das quais apenas parte pode ser visitada. OProjeto Tamar monitora 30 quilômetros dessas áreas, onde ocorrem desovas de tartarugas marinhas. Uma delas é a Praia do Riacho Doce, no extremo norte, famosa pela lenda de deixar os cabelos extremamente macios após o banho.
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Espíritos nas alturas no Monte Roraima (RR)
Se você já assistiu à animação Up, Altas Aventuras, deve ter se espantado com o cenário da história. Pois ele foi inspirado em um local que, ao menos em parte, é brasileiro. Trata-se do Monte Roraima, esplêndido platô localizado na tríplice fronteira entre Brasil, Venezuela e Guiana. Com uma altitude de 2 875 metros, é o oitavo ponto mais alto do país e, certamente, o mais excêntrico (e, quem sabe, também belo) de todos.
Para um trekking impagável, o ponto de partida é a cidade de Santa Helena de Uairém, na Venezuela. Brasileiros saem de ônibus e táxis de Boa Vista, em Roraima, rumo a essa cidade. São três dias de caminhada para chegar ao topo, onde começa, de fato, a exploração. O cenário remete à superfície lunar, com rochas estranhas e solo irregular. As surpresas sucedem-se o tempo todo.
Em um momento você está no Vale dos Cristais, diante de impressionantes esculturas de cristal de quartzo. Em outro, você está no El Fosso, um buraco com diversas quedas-d’água que leva a uma caverna subterrânea com galerias e piscinas. Ou no Lago Gladys, local esotérico com pedras que, segundo místicos, estão carregadas de energia. Para uma conexão ainda mais forte com a natureza, contemple a vista fantástica do mirante Maverick, a parte mais alta. Há quem ouça espíritos indígenas por lá… Será?
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Profunda Gruta do Lago Azul (MS)
Uma beleza mágica. A descrição soa exagerada, mas, acredite, não há excessos nela. Difícil achar alguém que diga o contrário ao se deparar com as estalactitese estalagmites de milhares de anos atrás emoldurando o lago de água intensamente anil da Gruta do Lago Azul, em Bonito, no Mato Grosso do Sul. Um presente tombado como Patrimônio Natural pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional que, felizmente, está muito bem preservado.
O lago se impõe a 100 metros abaixo da entrada da caverna, após uma descida de 300 degraus. Ninguém sabe a profundidade exata do lago, mas a maior medida alcançada foi de 87 metros. Também nada se conhece sobre a origem dessa água. Uma das raras certezas é de que ela não é azul. A presença de minerais no fundo do lago, sob a incidência do sol, leva os curiosos à ilusão da cor. Entre dezembro e o início de janeiro, nas primeiras horas da manhã, chega a ser ainda mais intensa.
Nos anos 1990, foi descoberto um sítio arqueológico submerso, contendo fósseis de várias espécies extintas. Entre elas uma preguiça gigante e o tigre-de-dente-de-sabre, que viveram entre 6 e 10 mil anos atrás. Desde então, o passeio se tornou restrito a 350 pessoas por dia, com proibição de mergulhos. Mas você estará lá entre eles, com certeza.
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Cânions monumentais em Cambará do Sul (RS)
Típica cidade da Serra Gaúcha, onde a mesa farta, com muita massa, galeto, polenta e vinho bom, é carta marcada, Cambará se tornou também um reduto de trilheiros. Com quase mil metros de altitude, fica em meio a quatro imensos cânions que podem ser explorados por cima ou por dentro, com rios, cachoeiras, piscinas naturais e paredões rochosos impressionantes.
O maior se chama Cânion Fortaleza, com paredões de até mil metros de altura. Em dias claros, é possível ver detalhes de toda a planície catarinense e parte dolitoral gaúcho. Já o Cânion Itaimbezinho é menos suntuoso, mas possui a melhor infraestrutura, com lanchonete, guias de turismo e um espaço cultural. Fica no Parque Aparados da Serra e oferece alternativas de trilhas para amadores. A do Vértice, por exemplo, é feita parcialmente sobre passarelas com vista para as cachoeiras de Andorinha e Véu de Noiva.
Uma forma mais radical de visitação é entrar pela parte de baixo. Nesse caso, melhor se hospedar na cidade de Praia Grande, em Santa Catarina. A preferência dos apaixonados pelo lugar recai na Trilha do Boi, na parte baixa do Itaimbezinho. São 15 quilômetros de caminhada, tomando borrifos refrescantes de cachoeiras, piscinas naturais e até atravessando uma parede de aranhas. Vai arriscar? Basta seguir as orientações do monitor e curtir cada momento com segurança.
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Caminhando em alto-mar em Maragogi (AL)
Mar cristalino, recifes, coqueirais. Só isso já bastaria para seguir rumo à alagoana Maragogi, que fica no meio do caminho entre Recife e Maceió, e preparar um álbum de fotos. Podem chamá-la de paraíso lotado de piscinas naturais. As de Taocas, Barra Grande e Barreira de Peroba são bem preservadas e menos concorridas do que as do Complexo das Galés, maior atração da região. Imagine caminhar sobre a areia em pleno alto-mar, a 6 quilômetros da costa, com águas claríssimas que não passam do joelho! Pois é essa delícia que os turistas provam ao aportar a lancha ou descer do catamarã. Conheça também a beleza de Recife! Embarque com a MSC Cruzeiros em uma viagem de férias pelo litoral do Brasil Patrocinado
Um mergulho com snorkel dá uma boa dimensão da beleza do aquário natural. Mas a emoção pode ser ainda mais intensa avançando na profundidade, com apoio de cilindros de oxigênio alugados por mergulhadores profissionais. Lá embaixo, uma profusão de cenas maravilhosas: crustáceos e peixinhosabrigados em pequenas cavernas, ouriços, anêmonas dançando ao sabor das ondas. De volta à terra, aventure-se pelos paraísos quase desertos ao norte e ao sul de Maragogi. Última dica esperta é não sair de lá sem comer o famoso bolinho de goma, espécie de sequilho em formato de concha à base de manteiga e leite de coco, produzido no pequeno povoado de São Bento. Leve um saquinho para a família.
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FONTE: CLAUDIA