Em um cenário já marcado pela dor e sofrimento, a família de Maria Flor Dantas, uma menina de 6 anos que faleceu em setembro deste ano após uma longa batalha contra um câncer raro, enfrenta agora um novo desafio: golpistas que criaram uma “vaquinha” falsa nas redes sociais, utilizando a imagem da criança e da mãe para arrecadar dinheiro de forma fraudulenta.
Maria Flor foi diagnosticada com glioma pontino intrínseco difuso (DIPG), um tipo raro e agressivo de câncer cerebral. O diagnóstico foi feito em 2022, quando ela tinha apenas 5 anos. A doença, com um prognóstico geralmente reservado e uma sobrevida mediana de um ano, levou a família a buscar tratamentos alternativos, incluindo viagens frequentes para os Estados Unidos, onde a criança participou de um estudo experimental para controlar o crescimento do tumor. As despesas com essas viagens eram altíssimas, e, para ajudar no financiamento, a família criou uma campanha online que arrecadou mais de R$ 70 mil.
Apesar da solidariedade de muitas pessoas, incluindo celebridades, a família se deparou com uma nova tragédia após a morte de Maria. Golpistas criaram páginas falsas nas redes sociais e abriram vaquinhas online, se passando pelos pais da menina e pedindo dinheiro. Os criminosos utilizaram fotos da criança e até vídeos da mãe, Juliana Dantas, para dar veracidade ao golpe, o que causou ainda mais sofrimento à família.
Investigação em Curso
O caso da fraude foi registrado na 82ª Delegacia de Polícia (DP) de Maricá, e a investigação está em andamento para identificar os responsáveis pelos golpes. A polícia está trabalhando para descobrir as circunstâncias do crime e responsabilizar os envolvidos, que devem enfrentar penalidades severas por se aproveitarem da tragédia de uma família em luto.
Enquanto isso, a família de Maria Flor busca força para lidar com a perda de sua filha e com a dor adicional de ser vítima de criminosos sem escrúpulos. “Nada pode piorar o que já passamos, mas agora tenho que lutar para que as pessoas saibam a verdade e para que essas pessoas paguem pelo que fizeram”, disse Juliana.
Este caso é um triste lembrete de como a empatia e a solidariedade podem ser corrompidas por aqueles que buscam explorar a dor alheia em busca de lucro. A família de Maria Flor agora tenta se reconstruir, enquanto as autoridades trabalham para identificar e punir os responsáveis pela fraude.