Doze anos após o desaparecimento de Eliza Samudio, uma suposta carta psicografada reacende as discussões sobre o caso que chocou o Brasil. O conteúdo, atribuído ao espírito de Eliza, foi divulgado recentemente pelo canal *O Espiritualista* e traz detalhes perturbadores sobre os momentos finais da jovem.
De acordo com a mensagem, Eliza teria narrado em detalhes os eventos que levaram à sua morte. “Foi cruel, foi horroroso. Eu tentava pedir socorro, mas ninguém me ouviu. Meu pescoço doía tanto, apertaram, até faltar oxigênio no meu corpo”, teria escrito o médium, em uma comunicação atribuída à vítima.
A carta também menciona a presença de um homem que supostamente estava envolvido no crime. Eliza teria descrito o suspeito como “um homem mal-encarado, de pele morena e camiseta vermelha”. “Naquele dia, eu não sabia quem era ele. Mas meu espírito saiu imediatamente do corpo e ficou perto de uma árvore. De lá, vi tudo o que fizeram comigo”, continua o relato.
Revelações sobre os momentos do crime
O documento psicografado ainda detalha a confusão entre os criminosos durante o momento do assassinato. Segundo Eliza, os envolvidos demonstravam nervosismo e pareciam não saber como agir. “Eu conseguia ver tudo o que faziam comigo, uma sensação que eles tinham de pavor, que não sabiam o que fazer. Pareciam endemoniados. Nunca imaginei do que fossem capazes. Um dizia para o outro como esconder o corpo…”
Esse trecho reforça o que se acreditava desde o início das investigações: que o crime teria sido planejado às pressas, com decisões sendo tomadas de maneira desordenada.
O canal que divulgou a carta sugere que os detalhes nela contidos poderiam ajudar na busca pelo paradeiro do corpo de Eliza, um dos principais mistérios do caso.
Corpo jogado em um rio fétido
Entre os trechos mais perturbadores da suposta mensagem está a descrição do que teria ocorrido após a morte. Eliza relata ter visto seu corpo sendo jogado em um rio. “Decidiram me jogar num rio, que lembro nitidamente, um rio fétido. Pegaram uma madeira com fiapos e me bateram muito, até que meu corpo ficasse no fundo. Eles tinham cara de apavorados, mas mesmo assim cometeram o crime. Eu vi tudo, senti tudo”, diz o relato final.
O canal *O Espiritualista* afirma que a carta indica a localização aproximada do corpo, mas até o momento não há comprovações científicas que validem as informações.
Repercussão e polêmica
O caso de Eliza Samudio, desaparecida em 2010, foi um dos mais emblemáticos da história criminal brasileira. O goleiro Bruno Fernandes, que na época era considerado um dos melhores jogadores do país, foi condenado por homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver e cárcere privado. Contudo, o corpo da jovem nunca foi encontrado, o que alimentou diversas teorias ao longo dos anos.
A divulgação dessa carta psicografada gerou controvérsia nas redes sociais. Enquanto alguns internautas consideram a mensagem uma pista válida para solucionar o caso, outros veem o episódio como um desrespeito à memória da vítima e uma exploração sensacionalista do crime.
Especialistas em espiritualidade ressaltam que mensagens psicografadas não possuem valor jurídico e que, em casos como esse, as informações devem ser analisadas com cautela. Já os advogados de Bruno Fernandes não se pronunciaram sobre o assunto até o momento.
A busca por respostas continua
Apesar das controvérsias, a família de Eliza Samudio nunca desistiu de buscar a verdade sobre o que aconteceu com a jovem. Para os parentes e amigos, a recuperação do corpo seria um passo essencial para encerrar um capítulo doloroso que se arrasta há mais de uma década.
Resta saber se as revelações da suposta carta psicografada serão levadas em consideração pelas autoridades ou se servirão apenas para alimentar a curiosidade do público sobre um dos casos mais tristes e emblemáticos da crônica policial brasileira.
Enquanto isso, o Brasil continua dividido entre o ceticismo e a esperança de que novas evidências possam, finalmente, trazer um desfecho para o caso de Eliza Samudio.