Polícia Civil prende mulher suspeita de comandar lavagem de dinheiro e tráfico de armas para o TCP no Rio
A Polícia Civil do Rio de Janeiro realizou, nesta quarta-feira (27), uma operação que resultou na prisão de Bruna (sobrenome não divulgado), apontada como peça-chave nas operações financeiras da facção criminosa Terceiro Comando Puro (TCP). Bruna é suspeita de ser responsável pela lavagem de dinheiro e pela negociação de armas para o grupo criminoso, que atua tanto na capital carioca quanto em outros estados.
Segundo as investigações conduzidas pela Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (DRACO), Bruna desempenhava um papel estratégico nas movimentações financeiras da facção. Ela estaria diretamente envolvida em uma série de transações que incluíam pagamentos de cartões de crédito emitidos em nome de laranjas. Esses cartões eram utilizados por um dos líderes do TCP, conhecido como Paraíba ou Dino, que controla o Morro da Mineira, no Rio de Janeiro, e a favela Cabana do Pai Tomás, em Belo Horizonte, Minas Gerais.
Além dos pagamentos fraudulentos, Bruna também é suspeita de realizar depósitos e transferências para contas bancárias ligadas a possíveis fornecedores de drogas e armas. O esquema, de acordo com a polícia, incluía ainda o financiamento de reformas e obras em propriedades de interesse do chefe criminoso. Essas movimentações financeiras eram cuidadosamente planejadas para despistar as autoridades e garantir o fluxo contínuo de recursos para as atividades ilícitas da facção.
As investigações, que já duravam meses, identificaram um padrão nas transações realizadas por Bruna. Segundo os agentes, ela utilizava uma rede complexa de contas bancárias e empresas de fachada para movimentar grandes quantias de dinheiro. A análise do material apreendido na operação aponta que Bruna tinha acesso direto aos chefes do TCP e era uma das principais responsáveis por assegurar a viabilidade financeira do grupo.
Durante a operação, a Polícia Civil também cumpriu mandados de busca e apreensão em diversos endereços associados à suspeita e à facção. Foram encontrados documentos, dispositivos eletrônicos e valores em dinheiro que devem auxiliar na continuidade das investigações.
O delegado responsável pelo caso destacou que a prisão de Bruna representa um duro golpe nas atividades do TCP. “Neutralizar quem movimenta o dinheiro da facção é tão importante quanto prender os líderes. Sem recursos, a logística do crime fica comprometida”, afirmou.
A polícia agora trabalha para identificar outros envolvidos no esquema financeiro e reforça que novas prisões podem ocorrer nos próximos dias. Bruna foi encaminhada ao sistema penitenciário e responderá por crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro e associação para o tráfico de drogas e armas.