Na manhã desta terça-feira (24/12), o Corpo de Bombeiros localizou o corpo de Andréia Maria de Sousa, de 45 anos, motorista de uma das carretas envolvidas no desabamento da ponte Juscelino Kubitscheck de Oliveira. A tragédia ocorreu no último domingo (22/12), quando o vão central da ponte, que liga Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA), cedeu, lançando vários veículos ao Rio Tocantins.
Andréia conduzia uma carreta carregada com 76 toneladas de ácido sulfúrico no momento do colapso. A substância, altamente tóxica e corrosiva, representava um risco significativo ao meio ambiente e aos profissionais envolvidos no resgate. Outros três caminhões também despencaram junto à estrutura, incluindo um que transportava 22 mil litros de defensivos agrícolas e outro carregado com MDF.
Impactos Ambientais e Dificuldades nas Buscas
A carga perigosa das carretas foi um dos principais desafios enfrentados pelas equipes de resgate. O ácido sulfúrico, em contato com a água do rio, não apenas aumenta a toxicidade local, mas também gera vapores que podem comprometer a segurança dos mergulhadores e socorristas. Além disso, o risco de vazamento dos defensivos agrícolas agravou a situação, exigindo cautela redobrada nas operações subaquáticas.
Devido à necessidade de avaliação e neutralização dos riscos químicos, as buscas só foram retomadas na segunda-feira (23/12), após a liberação por equipes especializadas em contenção de materiais perigosos. Mesmo assim, os trabalhos foram marcados por dificuldade de visibilidade no leito do rio e forte correnteza.
A Tragédia e a Infraestrutura Nacional
O desabamento da ponte Juscelino Kubitscheck de Oliveira reacendeu o debate sobre a precariedade das infraestruturas brasileiras, especialmente em regiões cruciais para o escoamento de cargas. Construída há décadas, a ponte já apresentava sinais de deterioração e havia registros de solicitações de reparos nos últimos anos.
Moradores das cidades vizinhas relataram ouvir um forte estrondo no momento do colapso, seguido por gritos de motoristas que tentavam escapar. Equipes de resgate foram acionadas imediatamente, mas a complexidade do cenário dificultou os primeiros esforços.
Além de Andréia, as buscas seguem para localizar possíveis vítimas que ainda podem estar presas nos veículos submersos. Ainda não há informações consolidadas sobre o total de desaparecidos.
Uma Vida Dedicada à Estrada
Andréia Maria de Sousa era conhecida pela sua experiência como caminhoneira, profissão que exercia com dedicação há mais de 20 anos. Familiares e amigos lamentaram sua perda, destacando sua coragem e determinação. “Ela era uma guerreira, enfrentava tudo para dar uma vida digna à família. Essa tragédia é um golpe duro para todos nós”, desabafou um parente.
Próximos Passos
As autoridades ainda investigam as causas do desabamento e apuram possíveis responsabilidades. Enquanto isso, equipes de contenção trabalham para evitar maiores danos ambientais, enquanto moradores e motoristas aguardam respostas e soluções para garantir a segurança de outras pontes e rodovias.
O caso destaca não apenas a urgência de investimentos na infraestrutura nacional, mas também a necessidade de maior fiscalização e manutenção preventiva em pontes e rodovias pelo país. A tragédia de Andréia e das demais vítimas é um doloroso lembrete da negligência que custa vidas.