Empresas de ônibus estão praticando diferenciação de preço no pagamento das passagens. Na manhã de hoje (6) ônibus das linhas 821 e 822, em Campo Grande na Zona Oeste do Rio, cobravam R$ 3,00 – no dinheiro – e tarifa cheia de R$ 3,40 – no cartão (Foto: Cleiton Bezerra).
A livre concorrência não é aprovada pela prefeitura da cidade. Segundo a administração municipal, amedida fere o contrato de concessão.
MOTIVO
O transporte alternativo é mais barato na capital fluminense R$ 0,40. A ideia das empresas seria “igualar” a disputa com as vans que também fazem a linha, passando de R$ 3,40 para R$ 3,00. Porém, hoje mesmo (6) pela manhã, as vans e kombis já tinham abaixado o valor da passagem para R$ 2,50.
FILME REPETIDO
Um caso semelhante aconteceu, também na Zona Oeste do Rio, em 2016. Na época a prefeitura divulgou a seguinte nota:
“Lembrando que o consórcio é remunerado diretamente pela tarifa paga pelo usuário. A pratica aponta para atos contra o sistema de bilhetagem, outra premissa da licitação criada justamente para garantir o controle da arrecadação e o equilíbrio do sistema”.
Na época o consórcio Santa Cruz disse que “é importante considerar que a prática pode ter sido adotada como medida extrema de sobrevivência num cenário de concorrência predatória do transporte clandestino de vans e kombis e de crise no setor, com queda de 14% de passageiros transportados em 2015 na Zona Oeste do Rio”.
CONSEQUÊNCIAS
Dificuldade no controle da arrecadação e, consequentemente, criasse uma brecha para a sonegação de impostos. E no fim das contas, mais uma vez, quem perde é o usuário.. com a falta de recursos para os hospitais, escolas e etc da cidade.
Alô Marcelo Crivella, já voltou de Miami? Só Deus pra olhar por nós mesmo..
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PRA QUEM NÃO ENTENDEU O PROBLEMA
As empresas de ônibus estão querendo inverter a lógica/tendência do Bilhete Único, que seria cada vez mais e mais usuários usando esse tipo de bilhetagem no pagamento das passagens (o que dá maior controle e aumenta o poder de fiscalização sobre as empresas).
Só que em tempos de crise as empresas estão querendo incentivar o pagamento em dinheiro (dificultando o controle da arrecadação, o que abre brecha pra sonegação de impostos, por exemplo).
E em tempo de hospitais municipais sem recursos (como o Hospital Municipal Rocha Faria, em Campo Grande), ameaças de parcelamento de salários dos servidores no município do Rio e etc, dispensar arrecadação, controle e transparência é inaceitável.
Bilhetagem por cartão é o futuro.. futuro não.. é o presente da mobilidade urbana nas metrópoles do mundo.