Na última segunda-feira (06), um crime brutal abalou a cidade de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Jailton, um militar da Marinha, assassinou a ex-esposa Eliane e o atual companheiro dela antes de cometer suicídio. O caso, repleto de detalhes perturbadores, revelou um enredo de ciúmes, obsessão e tragédia familiar.
Eliane e Jailton estavam separados há seis meses após um casamento marcado por altos e baixos. No entanto, o militar parecia não aceitar o fim da relação. Conforme investigações preliminares da Polícia Civil, Jailton monitorava os passos da ex-mulher por meio de câmeras de segurança instaladas na residência dela. Ele utilizava essas imagens para observar secretamente a rotina de Eliane.
Foi justamente através dessas câmeras que Jailton descobriu que Eliane havia iniciado um novo relacionamento. Essa descoberta, ao que tudo indica, foi o estopim para que o militar decidisse invadir a casa da ex-esposa na tentativa de confrontá-la. No entanto, a situação rapidamente escalou para um ato de extrema violência.
De acordo com testemunhas e vizinhos, Jailton chegou à residência de Eliane por volta das 20h, visivelmente alterado. Armado, ele disparou contra a ex-esposa e o atual companheiro dela, que não tiveram tempo de reagir. Ambos morreram no local, deixando familiares e amigos em choque com a brutalidade do crime.
Após cometer o duplo homicídio, Jailton voltou a arma contra si mesmo, tirando a própria vida. Quando os agentes da Polícia Militar chegaram à cena do crime, encontraram os três corpos na residência, além de evidências que confirmavam o monitoramento realizado por Jailton.
Impacto e repercussão
A tragédia gerou grande comoção na comunidade local e levantou debates sobre feminicídio, violência doméstica e os perigos do controle excessivo em relacionamentos. O caso de Eliane é mais um exemplo de mulheres que, mesmo após o término de uma relação abusiva, continuam sendo vítimas da obsessão de seus ex-companheiros.
Especialistas destacam que o monitoramento realizado por Jailton é uma forma de violência psicológica e perseguição, comportamentos que frequentemente antecedem crimes mais graves. “Esse tipo de controle é um indicativo claro de que o agressor não aceita perder o domínio sobre a vítima”, afirma uma psicóloga especializada em relacionamentos abusivos.
Ação policial e investigações
A Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) investiga o caso para reunir mais informações sobre os eventos que culminaram na tragédia. Familiares de Eliane e Jailton já foram ouvidos, assim como vizinhos, que relataram terem ouvido gritos e disparos momentos antes da chegada da polícia.
Embora o caso tenha se encerrado com a morte do autor dos crimes, as autoridades ressaltam a importância de alertar a população sobre os sinais de relacionamentos abusivos e de reforçar o apoio às vítimas. Campanhas de conscientização são essenciais para evitar que tragédias como essa se repitam.
A violência doméstica é um problema que atinge milhares de mulheres em todo o Brasil, e a sociedade precisa se unir para combater esse mal. Se você ou alguém que conhece está em situação de risco, denuncie. Ligue 180 ou procure a delegacia mais próxima.