Na noite desta quinta-feira (16), por volta das 22h, dois homens foram brutalmente executados na localidade conhecida como Colônia, no bairro de Curicica, Zona Oeste do Rio de Janeiro. A cena de violência extrema reacendeu os temores de uma possível guerra entre facções criminosas e milicianos na região.
De acordo com informações preliminares, os assassinatos teriam ligação direta com a disputa territorial entre traficantes e milicianos, uma realidade que assola diversas áreas da Zona Oeste. Testemunhas relataram uma sequência de disparos e o movimento intenso de veículos suspeitos pouco antes dos corpos serem encontrados.
Com a gravidade do caso, equipes da Coordenadoria de Recursos Especiais (CORE), conhecida como Caveiras, foram acionadas e estão no local realizando as primeiras diligências. A polícia investiga se as execuções estão relacionadas ao aumento da tensão entre as organizações criminosas que disputam o domínio sobre Curicica, um bairro estratégico por sua proximidade com outras comunidades e pelo potencial econômico da região.
Escalada de violência
Nos últimos meses, moradores da área têm relatado um crescimento significativo nos confrontos armados, com toques de recolher e bloqueios em vias públicas. A disputa entre traficantes e milicianos tem transformado a vida da população em um verdadeiro pesadelo, marcado pela insegurança e pelo medo constante.
“É muito difícil viver assim, sem saber se a qualquer momento a violência vai bater à sua porta. Já vimos muitas mortes, mas nunca nos acostumamos com isso”, desabafou um morador, que pediu para não ser identificado por questões de segurança.
Reação das autoridades
A Polícia Civil informou que uma investigação já foi aberta para apurar as circunstâncias das execuções. Além disso, operações integradas com a Polícia Militar devem ser intensificadas na região nos próximos dias, com o objetivo de identificar e prender os envolvidos no crime.
Especialistas em segurança pública alertam que a solução para o problema vai além de operações pontuais e depende de uma estratégia de inteligência e repressão ao crime organizado. “Essa guerra territorial só será combatida com ações que vão desde o enfrentamento armado até políticas sociais para enfraquecer o poder paralelo nas comunidades”, afirmou um analista de segurança.
Enquanto isso, a população de Curicica segue refém da violência, aguardando respostas concretas das autoridades e esperando que o bairro possa, um dia, voltar a ser um lugar de paz.