A Polícia Civil investiga se o ex-marido de Ariane Barreto foi o responsável pelos disparos que resultaram na morte da jovem e do policial militar Jorge Gutemberg, em Nova Iguaçu, na madrugada deste sábado (18). A principal linha de investigação aponta para um crime passional seguido de suicídio, levantando suspeitas sobre possíveis episódios de violência doméstica que podem ter motivado a tragédia.
Segundo as autoridades, Jorge Gutemberg foi encontrado morto com um tiro na cabeça na Rodovia Presidente Dutra, no mesmo município, ainda durante a madrugada. A hipótese mais forte até o momento é que ele tenha tirado a própria vida após cometer o duplo homicídio, supostamente movido pelo ciúme em relação ao relacionamento de Ariane com Washington Souza da Silva, de 36 anos.
Investigação em andamento
A Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) está à frente das investigações e busca entender os detalhes que levaram ao crime. Testemunhas próximas ao casal afirmaram que Jorge Gutemberg não aceitava o fim do relacionamento com Ariane e que havia histórico de discussões e ameaças recentes.
Além disso, os investigadores analisam imagens de câmeras de segurança da região para traçar o percurso do suspeito antes e depois do crime. Relatos de vizinhos indicam que houve um desentendimento entre a vítima e o ex-companheiro dias antes do ocorrido, o que reforça a hipótese de um crime premeditado.
Violência doméstica em pauta
A polícia também investiga se Ariane já havia sido vítima de violência doméstica antes do trágico desfecho. Familiares da jovem revelaram que ela tinha receio de possíveis represálias por parte de Jorge após o término do relacionamento. A possível motivação do crime, segundo a polícia, está diretamente ligada à recusa do suspeito em aceitar o envolvimento da ex-companheira com outro homem.
“Estamos analisando todas as provas e depoimentos para entender se houve algum tipo de antecedente de violência, o que poderia indicar que Ariane já vinha sofrendo ameaças anteriormente”, afirmou um dos investigadores do caso.
Repercussão e alerta
O caso chocou a população de Nova Iguaçu e reacendeu o debate sobre a violência contra a mulher e os perigos da não aceitação do fim de relacionamentos. Especialistas alertam que esse tipo de crime passional geralmente apresenta sinais prévios, como perseguição, ameaças e agressões psicológicas, que muitas vezes não são levadas a sério até que se tornem fatais.
A Delegacia de Atendimento à Mulher (DEAM) reforça a importância de que mulheres em situações de ameaça ou perseguição busquem ajuda o quanto antes, por meio de denúncias anônimas ou solicitando medidas protetivas.
O que diz a lei
Crimes motivados por ciúme ou inconformismo com o fim de um relacionamento são tratados com rigor pela legislação brasileira. O feminicídio, caracterizado pelo assassinato de mulheres em contextos de violência doméstica ou discriminação de gênero, tem penas severas e agravações quando há histórico de ameaças ou agressões anteriores.
Próximos passos
A polícia aguarda os laudos periciais das cenas dos crimes para confirmar a dinâmica dos acontecimentos. Os celulares das vítimas e do suspeito foram apreendidos e podem trazer novas pistas sobre o que ocorreu antes da tragédia. Além disso, os investigadores seguem colhendo depoimentos de familiares e amigos para entender o comportamento de Jorge Gutemberg nos dias que antecederam o crime.
Enquanto as investigações continuam, a população segue em choque e espera que o caso sirva de alerta para que outras vítimas de violência doméstica não tenham o mesmo destino trágico de Ariane Barreto.