A Justiça decretou a prisão de Raphael Ferreira, policial civil acusado de assassinar o assessor parlamentar Marcelo dos Anjos após uma discussão de trânsito na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro. O crime ocorreu na madrugada deste domingo (19), e segundo as investigações da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), o agente efetuou pelo menos três disparos contra a vítima, sendo dois deles pelas costas, no momento em que Marcelo tentava fugir.
De acordo com testemunhas, a briga teria começado após um desentendimento no trânsito, próximo à Avenida das Américas. Raphael Ferreira e Marcelo dos Anjos trocaram insultos e, em seguida, pararam seus veículos em um posto de gasolina. A discussão escalou rapidamente, levando o policial a sacar a arma e atirar contra Marcelo.
Investigação aponta execução
As investigações conduzidas pela DHC indicam que Raphael Ferreira agiu de forma desproporcional e sem oferecer chance de defesa à vítima. Câmeras de segurança da região flagraram o momento em que Marcelo, já ferido, tenta correr, mas é atingido novamente pelas costas. A perícia confirmou que dois dos três tiros atingiram a região dorsal da vítima, o que reforça a tese de execução.
“A dinâmica dos disparos demonstra que a vítima estava em situação de fuga, ou seja, não representava mais qualquer risco ao autor”, afirmou um dos investigadores.
A decisão da Justiça pela prisão preventiva do policial se baseia na gravidade do crime e na necessidade de garantir a ordem pública, além de evitar qualquer tentativa de obstrução das investigações. O Ministério Público acompanhou o caso e reforçou o pedido de prisão, considerando que há elementos suficientes para indicar a intenção homicida de Raphael Ferreira.
Clima de revolta e indignação
A morte de Marcelo dos Anjos gerou grande comoção entre amigos, familiares e colegas de trabalho. O assessor parlamentar, de 39 anos, era conhecido por sua atuação em projetos sociais e políticos na Zona Oeste do Rio. Nas redes sociais, diversas manifestações de indignação e pedidos de justiça foram publicados, com mensagens ressaltando o perfil pacífico e dedicado de Marcelo.
“Perdemos um amigo, um pai de família exemplar, por causa de um ato de extrema covardia. Esperamos que a Justiça cumpra seu papel e que esse crime não fique impune”, disse um amigo da vítima.
A defesa de Raphael Ferreira ainda não se pronunciou oficialmente sobre as acusações. No entanto, fontes ligadas ao policial alegam que ele teria agido em legítima defesa, versão que está sendo contestada pelas provas coletadas até o momento.
Histórico do suspeito
Raphael Ferreira é lotado na Polícia Civil há mais de 10 anos e já respondeu a procedimentos internos por conduta inadequada no passado. Segundo informações obtidas, ele teria se envolvido em outros episódios de agressividade fora do ambiente de trabalho, o que pode agravar sua situação no processo judicial.
A corporação emitiu uma nota afirmando que não compactua com desvios de conduta e que Raphael Ferreira foi afastado de suas funções enquanto o caso é apurado.
Próximos passos
O policial deve ser encaminhado para uma unidade prisional específica para agentes de segurança pública, onde ficará à disposição da Justiça. As investigações continuam para esclarecer todos os detalhes do crime e definir se haverá o indiciamento por homicídio qualificado, que prevê pena de até 30 anos de prisão.
Familiares da vítima prometem acompanhar de perto o desenrolar do caso e pressionar por uma punição exemplar.



