A Zona Oeste do Rio de Janeiro enfrenta mais uma madrugada de terror. Traficantes da facção Comando Vermelho (CV) invadiram na noite de ontem (19) a comunidade do Vilar Carioca, em Inhoaíba, dando início a uma intensa troca de tiros contra milicianos que controlam a região. O confronto segue até o momento, deixando os moradores assustados e a sensação de insegurança cada vez mais latente.
De acordo com informações obtidas por fontes locais, o ataque foi orquestrado por um nome já conhecido no mundo do crime: o traficante conhecido como “RD”. Segundo relatos, RD havia forjado sua própria morte há algum tempo, estratégia comum entre criminosos de alto escalão para despistar autoridades e rivais. Agora, ressurge liderando esse violento embate na tentativa de tomar o território atualmente dominado pela milícia.
A disputa pelo controle do território
O Vilar Carioca, localizado em Inhoaíba, é considerado um ponto estratégico para atividades ilícitas, incluindo a venda de drogas, exploração de serviços clandestinos e extorsões. A região tem sido palco de disputas frequentes entre milicianos e traficantes, que buscam expandir seus domínios em meio a uma população refém da violência.
Segundo relatos de moradores, os tiros começaram por volta das 22h de ontem e se intensificaram durante a madrugada. “Estamos com muito medo. Não conseguimos dormir, os tiros não param e não vemos nenhuma polícia por aqui para conter isso”, relatou uma moradora que preferiu não se identificar por medo de represálias.
O retorno de RD e a estratégia do CV
A surpreendente reaparição de RD levanta questões sobre a organização do Comando Vermelho na Zona Oeste. A facção tem adotado táticas ousadas para retomar territórios que foram tomados pela milícia nos últimos anos. Forjar a própria morte pode ter sido uma manobra estratégica para despistar inimigos e articular novas ofensivas, como a que está em andamento no Vilar Carioca.
RD, que já teve forte atuação em comunidades vizinhas, como Cosmos e Paciência, teria se reagrupado com outros membros do CV para coordenar esse ataque surpresa. Fontes afirmam que o traficante conta com um grande número de homens fortemente armados, o que tem dificultado a resistência dos milicianos.
O impacto na vida dos moradores
Enquanto o confronto avança, a população local sofre com os impactos diretos da violência. Comércios amanheceram fechados, escolas suspenderam as aulas e o transporte público opera de forma irregular devido ao risco de bala perdida. “A gente vive com medo, não sabemos até quando isso vai durar. A polícia entra, sai, mas nunca resolve de verdade”, lamenta um comerciante da região.
Essa nova onda de violência evidencia a fragilidade da segurança pública na Zona Oeste, onde milicianos e traficantes disputam o poder à base de sangue e intimidação.
Respostas das autoridades
Até o momento, a Polícia Militar do Rio de Janeiro não divulgou uma nota oficial sobre o conflito em andamento, mas há relatos de patrulhamento em áreas próximas. Moradores pedem uma ação mais efetiva para evitar tragédias e garantir o direito básico à segurança.
O Governo do Estado tem sido pressionado por organizações civis a adotar medidas concretas para combater o avanço da criminalidade na região, que sofre há anos com a falta de investimentos em segurança pública e infraestrutura.
O que esperar dos próximos dias?
Especialistas em segurança pública alertam que os próximos dias podem ser críticos para o desenrolar dessa guerra territorial. Caso o CV consiga tomar o Vilar Carioca, poderá desencadear uma reação violenta da milícia, ampliando ainda mais o cenário de caos na região. Por outro lado, se os milicianos conseguirem resistir, o bairro continuará a ser palco de constantes confrontos, impactando diretamente a vida da população.
Enquanto isso, os moradores seguem na incerteza, presos em um cotidiano de medo, sem saber quando poderão ter paz novamente. A guerra pelo controle de territórios na Zona Oeste parece longe de acabar, e a retomada de RD apenas intensifica essa disputa, trazendo ainda mais violência para as ruas de Inhoaíba.
A população pede por paz, mas, por enquanto, só encontra o eco dos tiros que não cessam.



