Em uma operação conjunta realizada nesta terça-feira (21), a Polícia Civil do Rio de Janeiro e o Instituto Estadual do Ambiente (INEA) interditaram uma fábrica de gelo clandestina operada por milicianos em Campo Grande, na Zona Oeste do Rio. O local, que funcionava de forma irregular, apresentava condições insalubres e estrutura precária, colocando em risco a saúde pública e o meio ambiente.
De acordo com as investigações, os criminosos impunham a comerciantes de quiosques que operam entre o Recreio dos Bandeirantes e a Reserva a obrigatoriedade de adquirir gelo exclusivamente da fábrica ilegal. A prática criminosa gerava lucros consideráveis para o grupo, que explorava os comerciantes sob ameaça e coação.
Estrutura precária e riscos à saúde
A fábrica clandestina tinha uma capacidade estimada de produção entre 3.500 e 4.000 sacos de gelo por dia, utilizando uma estrutura improvisada e sem qualquer controle sanitário adequado. Além disso, a operação era abastecida por um poço irregular de captação de água, o que levanta preocupações sobre a qualidade do produto vendido.
Os agentes que participaram da inspeção relataram a presença de equipamentos deteriorados, falta de higiene e armazenamento inadequado, fatores que poderiam causar contaminação da água e do gelo, representando um sério risco à saúde dos consumidores.
Prisão e penalidades
No momento da fiscalização, oito trabalhadores foram encontrados atuando na fábrica. Um gerente do estabelecimento foi detido em flagrante e conduzido à delegacia para prestar esclarecimentos. A polícia investiga se os funcionários eram coagidos a trabalhar no local ou se tinham conhecimento da ilegalidade da operação.
Além da interdição total das atividades, a empresa clandestina poderá ser penalizada com multas que podem chegar a R$ 60 mil, conforme estipulado pelo INEA. As autoridades continuam investigando para identificar outros envolvidos na operação ilegal e apurar se há mais estabelecimentos controlados pelo mesmo grupo criminoso na região.
Combate ao crime organizado
A ação faz parte de um esforço contínuo das forças de segurança para combater a atuação de milícias na Zona Oeste do Rio, onde esses grupos criminosos expandem suas atividades para além da tradicional extorsão, passando a dominar setores econômicos informais, como o fornecimento de serviços essenciais.
A população pode colaborar com as investigações denunciando atividades suspeitas por meio dos canais de atendimento da Polícia Civil e do INEA. O sigilo das informações é garantido.
As autoridades reforçam que o combate à exploração comercial ilegal e às condições insalubres de produção de alimentos e bebidas é fundamental para garantir a segurança da população e impedir o fortalecimento do crime organizado na região.