Guerra na Zona Oeste: Conflito entre milicianos faz mais uma vítima em Santa Cruz
A crescente disputa entre milicianos pelo controle do conjunto João XXIII, em Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, fez mais uma vítima. Na tarde desta quarta-feira, um corpo ainda não identificado foi encontrado em um valão da região, aumentando a tensão e o clima de medo entre os moradores.
A guerra entre grupos rivais tem transformado o bairro em um verdadeiro campo de batalha, com tiroteios frequentes, intimidações e um rastro de violência que parece longe de ter fim. Os moradores relatam que a rotina tem sido de terror, com toques de recolher impostos pelas facções e constantes operações policiais tentando conter o avanço das milícias.
De acordo com relatos de testemunhas, o corpo encontrado nesta quarta-feira apresentava sinais de violência, indicando que a vítima pode ter sido executada como parte da disputa territorial que assola o conjunto habitacional. A Polícia Militar foi acionada e isolou a área para investigações. Agentes da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) também estiveram no local para realizar a perícia e dar início às investigações.
A guerra entre milicianos em Santa Cruz se intensificou nos últimos meses, com disputas acirradas pelo domínio de atividades ilegais, como a venda clandestina de serviços, a exploração do transporte alternativo e o tráfico de drogas. Segundo informações preliminares da polícia, grupos rivais têm usado táticas cada vez mais violentas para expulsar inimigos e impor o controle sobre as áreas estratégicas do bairro.
População em Pânico
Os moradores vivem dias de tensão e insegurança, com medo de serem atingidos no fogo cruzado ou de sofrerem represálias por estarem no lugar errado, na hora errada. “A gente não sabe mais o que fazer. Estamos presos dentro de casa, vivendo com medo. As crianças não podem nem brincar na rua”, desabafa uma moradora que pediu anonimato.
Além dos conflitos armados, relatos de extorsões e ameaças são constantes. Comerciantes da região relatam que estão sendo obrigados a pagar taxas cada vez mais altas para continuarem funcionando. Quem se recusa, corre o risco de ter o estabelecimento fechado à força ou sofrer represálias mais graves.
Resposta das Autoridades
A Polícia Militar reforçou o policiamento na região, com a presença de equipes do 27º BPM (Santa Cruz) e apoio de batalhões especializados, como o BOPE e a CORE. No entanto, a sensação de insegurança persiste, e moradores cobram uma resposta mais efetiva das autoridades para acabar com a violência que se tornou rotina no conjunto João XXIII.
Em nota, a Polícia Civil informou que investiga o caso e que diligências estão em andamento para identificar os responsáveis pelo crime.
Enquanto isso, a guerra na Zona Oeste continua a fazer vítimas e a espalhar o medo, deixando a população refém da violência e da disputa incessante pelo poder.