Inspetora baleada por namorado policial segue internada em estado grave
A inspetora da Polícia Civil Viviane Maia da Rosa, de 33 anos, continua internada em estado gravíssimo após ter sido baleada pelo próprio namorado, o policial Vinícius Silva de Souza, de 29 anos. O crime aconteceu dentro da Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) de Duque de Caxias, na última terça-feira (4).
Viviane foi atingida por quatro disparos e levada às pressas para o Hospital Municipal Dr. Moacyr Rodrigues do Carmo (HMMRC), onde passou por uma cirurgia de emergência. Segundo boletim médico, a inspetora sofreu múltiplas perfurações por arma de fogo e precisou ser submetida a uma laparotomia exploratória, procedimento utilizado em casos de ferimentos graves na região abdominal.
Após a cirurgia, ela foi encaminhada à Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e permanece intubada, em estado gravíssimo, respirando com a ajuda de aparelhos. Os médicos afirmam que seu estado ainda é instável e que ela está sob o uso de aminas vasoativas, substâncias utilizadas para manter a pressão arterial e garantir a circulação sanguínea adequada.
O crime na delegacia e o desfecho trágico
O ataque aconteceu dentro da delegacia onde Viviane trabalhava. Segundo relatos de colegas de trabalho, ela já havia mencionado problemas no relacionamento com Vinícius, que também era policial civil. O homem chegou ao local armado e disparou quatro vezes contra a inspetora, fugindo em seguida para a 59ª Delegacia de Polícia, que funciona no mesmo prédio.
Ao chegar à unidade, ele entrou em confronto com outros agentes, que reagiram à investida. Na troca de tiros, Vinícius foi baleado e não resistiu aos ferimentos. Ele foi levado ao hospital, mas chegou sem vida.
Surto psicótico e histórico de problemas de saúde
Nas investigações iniciais, os policiais encontraram remédios para esquizofrenia entre os pertences de Vinícius. A presença desses medicamentos levanta a hipótese de que ele tenha tido um surto psicótico antes de cometer o crime. No entanto, ainda não há confirmação oficial de que ele estivesse em tratamento para a doença ou que possuísse um diagnóstico prévio.
Testemunhas afirmam que Vinícius demonstrava comportamento instável nos últimos dias, o que reforça a possibilidade de um transtorno mental. A Polícia Civil investiga se houve algum fator que possa ter desencadeado o ataque dentro da delegacia.
Outros feridos no confronto
Além de Viviane e Vinícius, outras três pessoas ficaram feridas na troca de tiros dentro da delegacia. Jefferson Adriano Rocha da Silva, de 30 anos, David Correa Rodrigues, de 41, e Gustavo Ferreira Lopes, de 26, sofreram escoriações e lesões sem gravidade. Todos foram atendidos no hospital e receberam alta após passarem por avaliação médica.
A tragédia mobilizou a corporação e deixou policiais abalados com o ocorrido. Amigos e colegas de Viviane torcem por sua recuperação e aguardam novas atualizações sobre seu estado de saúde.
Investigação em andamento
O caso está sendo investigado pela 59ª DP e pela própria Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) de Duque de Caxias. Os agentes analisam imagens de câmeras de segurança, depoimentos de testemunhas e laudos periciais para esclarecer todos os detalhes do crime.
A Polícia Civil também apura o histórico do relacionamento entre Viviane e Vinícius para entender se já havia registros de agressões anteriores ou qualquer indício de violência doméstica.
A inspetora segue em estado crítico, e a expectativa agora é que seu quadro clínico apresente melhora nos próximos dias. A corporação e familiares acompanham a recuperação da policial, enquanto a investigação busca esclarecer os motivos que levaram à tragédia.