A manhã desta quarta-feira (12/2) começou com uma grande operação das polícias Militar e Civil nas comunidades de Parada de Lucas, Vigário Geral e Cidade Alta, na Zona Norte do Rio de Janeiro. O alvo principal da ação é Álvaro Malaquias Santa Rosa, conhecido como Peixão, um dos criminosos mais procurados do estado e chefe do tráfico no Complexo de Israel.
Mesmo cercado pelas forças de segurança, Peixão resiste e não pretende se entregar. Líder influente dentro do Terceiro Comando Puro (TCP), ele controla pontos estratégicos do tráfico, especialmente na região de Cordovil.
A Ascensão de Peixão no Crime
Peixão consolidou seu poder no submundo do tráfico com um perfil peculiar. Além da violência que impõe sobre seus rivais e sobre a própria comunidade, ele se declara evangélico e implementou regras rígidas dentro dos territórios que domina.
Em 2023, ele ganhou notoriedade nacional ao protagonizar atos de intolerância religiosa, proibindo a prática de religiões de matriz africana em suas áreas. O curioso é que, antes de se converter ao evangelicalismo, Peixão já teria frequentado a umbanda. Ainda assim, ele determinou o fechamento de terreiros, causando revolta entre praticantes e denúncias formais de grupos religiosos.
A interferência no cenário religioso local fez com que líderes católicos da região se manifestassem contra suas ações, denunciando a perseguição a diferentes crenças.
Operação de Guerra da Polícia
As forças de segurança se mobilizaram em peso para tentar capturar Peixão. A operação conta com apoio de blindados e aeronaves, enfrentando forte resistência por parte dos criminosos. Relatos indicam que traficantes da facção se prepararam antecipadamente para enfrentar as incursões policiais, dificultando a ação dos agentes.
Nos últimos anos, a polícia intensificou suas investigações sobre o traficante e seu grupo, especialmente após a crescente influência do TCP em diferentes áreas do Rio. Além do tráfico de drogas, Peixão também é apontado como responsável por uma série de ações violentas, como ataques a facções rivais e ordens de execução dentro da própria comunidade.
Mesmo com o cerco policial, Peixão segue foragido, aumentando a tensão na região. Moradores relatam momentos de medo e trocas de tiros constantes, enquanto aguardam o desfecho da operação.
A Impunidade e o Desafio das Forças de Segurança
A caçada a Peixão escancara um dos grandes desafios da segurança pública no Rio de Janeiro: o poder paralelo do tráfico, que dita regras e desafia as autoridades. Sua mistura entre crime e religião cria um perfil ainda mais controverso, levantando debates sobre como traficantes utilizam discursos religiosos para justificar ou consolidar seu domínio sobre a população.
A polícia segue monitorando seus passos, mas capturar um dos criminosos mais poderosos do Rio de Janeiro não será uma tarefa fácil. Enquanto isso, a população das áreas afetadas segue em meio ao fogo cruzado, esperando por segurança em meio ao caos.
Reportagem: @Metropoles