Na noite desta terça-feira (18), a violência voltou a assombrar a Zona Oeste do Rio de Janeiro. Dois homens foram executados na Rua Varginha, em Barra de Guaratiba, em um ataque que, segundo informações preliminares, foi realizado por milicianos. Os mortos, de acordo com relatos, tinham ligação com o tráfico de drogas na região. Até o momento, as identidades das vítimas não foram divulgadas oficialmente.
Domínio territorial e disputa sangrenta
Barra de Guaratiba, tradicionalmente conhecida por suas belas paisagens e pelo turismo, tem sido palco de conflitos entre grupos criminosos que disputam o controle territorial. A milícia, que atua na região com extorsões a comerciantes e venda ilegal de serviços como TV a cabo e gás, tenta expandir sua influência, entrando em confronto direto com facções do tráfico de drogas.
Relatos de moradores indicam que os disparos foram ouvidos por volta das 22h, causando pânico entre os residentes. “Foram vários tiros seguidos. A gente já sabe que quando começa assim, é guerra entre eles”, comentou um morador que preferiu não se identificar.
Resposta das autoridades
A Polícia Militar foi acionada, mas, como acontece em muitas dessas execuções, os suspeitos já haviam fugido quando os agentes chegaram ao local. O caso está sendo investigado pela Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), que trabalha para identificar os autores do crime e confirmar se os mortos realmente tinham envolvimento com o tráfico.
O policiamento foi reforçado na região, mas moradores temem novos ataques. “Aqui é um lugar bonito, mas a violência está cada vez pior. A gente não sabe mais quem manda na área”, lamenta outro morador.
Conflito entre facções e milícia se intensifica
Nos últimos meses, a disputa entre milicianos e traficantes na Zona Oeste tem se intensificado. Grupos paramilitares vêm expandindo seu domínio para comunidades antes controladas pelo tráfico, resultando em confrontos violentos e execuções sumárias. A presença da milícia em regiões como Guaratiba e Campo Grande não é novidade, mas os métodos utilizados mostram um grau cada vez maior de brutalidade e intimidação.
Segundo especialistas em segurança pública, a guerra entre facções e milicianos já representa um dos maiores desafios para o estado do Rio de Janeiro. “Esses grupos operam como empresas do crime, gerando um ciclo de violência que impacta diretamente os moradores. Enquanto não houver uma resposta eficaz do poder público, a situação tende a piorar”, avalia um analista de segurança.
Identificação das vítimas e investigações em andamento
A Polícia Civil trabalha para identificar as vítimas e entender melhor as circunstâncias do crime. Familiares dos mortos ainda não se pronunciaram oficialmente. A Delegacia de Homicídios busca imagens de câmeras de segurança da região que possam ajudar na identificação dos executores.
Enquanto isso, a população de Barra de Guaratiba segue vivendo sob o medo constante da violência, em meio a uma guerra silenciosa que parece não ter fim.