Em um movimento que gerou grande repercussão política e diplomática, uma Comissão da Câmara dos Estados Unidos aprovou um projeto de lei que pretende proibir a entrada do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, no país. A iniciativa, vista como uma reação a algumas de suas decisões no Brasil, faz parte de uma crescente onda de críticas internacionais ao ministro.
Apesar da tentativa de restrição, interlocutores próximos a Moraes afirmam que a medida não causa preocupação ao magistrado. Segundo essas fontes, o ministro não tem interesse em viajar para os EUA, não costuma visitar o país e prefere destinos na Europa para compromissos acadêmicos, jurídicos e pessoais. Dessa forma, a possível proibição teria um impacto praticamente nulo em sua rotina.
A proposta aprovada pela Comissão da Câmara estadunidense ainda precisa passar por outras etapas legislativas antes de ser sancionada. Mesmo assim, o gesto é interpretado por especialistas como um sinal de alerta sobre o cenário político no Brasil e a percepção externa das decisões do Judiciário nacional. Alexandre de Moraes tem sido um dos principais protagonistas no combate à desinformação e a atos antidemocráticos, o que o tornou alvo de críticas por setores da sociedade e por políticos conservadores dentro e fora do Brasil.
A movimentação da Comissão estadunidense se insere em um contexto maior de tensão política internacional. Nos últimos anos, decisões de ministros do STF, especialmente em relação a investigações sobre fake news e ataques às instituições democráticas, têm gerado reações diversas. Nos Estados Unidos, há setores que veem essas ações como uma ameaça à liberdade de expressão, enquanto outros as interpretam como necessárias para a manutenção da democracia no Brasil.
Fontes diplomáticas avaliam que a aprovação do projeto de lei é mais simbólica do que prática, já que a viagem de Alexandre de Moraes aos EUA não estava nos planos. No entanto, esse tipo de iniciativa pode ampliar o debate sobre a atuação do Judiciário brasileiro em fóruns internacionais e criar ruídos entre os dois países.
Enquanto isso, Moraes mantém sua agenda normalmente, sem demonstrar preocupação com a medida. Recentemente, ele tem participado de eventos na Europa, onde suas decisões e o papel do STF no combate ao extremismo digital são frequentemente elogiados. A postura do ministro demonstra que, para ele, a tentativa de barrá-lo nos EUA não altera sua atuação ou sua reputação nos círculos jurídicos globais.
O episódio reforça o cenário polarizado da política brasileira e a maneira como decisões internas repercutem além das fronteiras. Se a proibição a Alexandre de Moraes será de fato implementada ainda é incerto, mas o gesto da Comissão da Câmara dos EUA já serviu para aquecer ainda mais os debates sobre a relação entre poderes e a influência internacional sobre temas nacionais.