Brasiliense tem orelha e dedos cortados por traficantes antes de desaparecer
Um caso brutal ocorrido em Honório Gurgel, na Zona Norte do Rio de Janeiro, vem causando revolta e apreensão entre moradores e nas redes sociais. Testemunhas relatam que um homem brasiliense, que estava na comunidade, teve a orelha e alguns dedos cortados por traficantes locais antes de desaparecer. O motivo da barbárie seria o fato de ele ter aparecido em fotos fazendo gestos com as mãos, que supostamente remetiam à facção criminosa rival que domina áreas vizinhas.
Segundo informações preliminares, o homem, que não teve a identidade revelada, estava visitando a comunidade quando foi abordado por criminosos armados. Os traficantes teriam recebido imagens em que o visitante aparece fazendo sinais manuais considerados símbolos de uma facção rival. Na lógica do tráfico, qualquer gesto que possa representar apoio a grupos inimigos é visto como uma afronta direta, o que pode custar a vida do suposto infrator.
Relatos de testemunhas indicam que, após ser levado por criminosos, o homem passou por uma sessão de tortura. Primeiro, sua orelha foi mutilada, um tipo de punição comum em territórios controlados por facções, como uma forma de humilhação pública e aviso aos demais. Em seguida, seus dedos foram decepados, justamente os que ele teria usado para fazer os tais gestos suspeitos. Após as agressões brutais, ele teria sido levado para um local desconhecido, e desde então, não há informações sobre seu paradeiro.
A família do desaparecido está em choque e desesperada em busca de notícias. Amigos afirmam que o homem não tinha ligação com o tráfico e que os gestos feitos nas fotos não passavam de brincadeiras ou poses despretensiosas, comuns em redes sociais. No entanto, em áreas dominadas pelo crime organizado, qualquer movimento ou imagem pode ser mal interpretado e transformar uma simples foto em uma sentença de morte.
O caso levanta mais uma vez o debate sobre a violência extrema nas comunidades cariocas, onde a lei do tráfico impõe punições brutais e sem direito à defesa. Moradores da região relatam que vivem sob constante medo, sabendo que pequenas atitudes ou até mal-entendidos podem custar vidas.
As autoridades foram acionadas e a Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA) investiga o caso. Buscas estão sendo realizadas, mas o clima de silêncio e medo dificulta a coleta de informações dentro da comunidade.
Enquanto a família aguarda por respostas e teme pelo pior, o episódio escancara a dura realidade de quem vive ou visita áreas dominadas pelo crime: no território do tráfico, qualquer gesto pode ser interpretado como provocação — e a resposta, quase sempre, é a violência extrema.