Por anos, a Nike adotou uma estratégia conservadora no Brasil, mantendo exclusividade com o Corinthians como seu único clube patrocinado no futebol brasileiro. Esse cenário, no entanto, está prestes a mudar de forma drástica. A gigante americana fechou um contrato de sete temporadas com o Vasco da Gama, ampliando sua presença no mercado nacional e iniciando uma nova era de disputa por território entre as fornecedoras esportivas.
A parceria com o clube carioca começará em 2026, substituindo a Kappa, que deixará São Januário após o término do contrato atual, previsto para o fim deste ano. A Nike superou propostas de marcas tradicionais como Diadora, Puma e da própria Kappa. Embora os valores não tenham sido divulgados, a expectativa é de que o acordo seja um dos maiores já firmados pelo Vasco no segmento esportivo.
A notícia, inicialmente divulgada pelo portal ge e confirmada pelo site MKTEsportivo, revela um movimento estratégico da Nike para retomar espaço no futebol brasileiro. Além do Vasco, a marca também vestirá o Atlético-MG, outro gigante do futebol nacional. O Galo deixará a Adidas, cuja parceria termina em dezembro deste ano, para se tornar parte do novo portfólio da empresa americana.
Esse reposicionamento marca o fim de uma era iniciada em 2022, quando a Nike reduziu drasticamente sua presença no Brasil, limitando-se a apenas dois clubes: Corinthians e Red Bull Bragantino. Com a saída do Massa Bruta para a Puma, restou apenas o clube paulista no portfólio da marca, algo que agora muda radicalmente.
Nos bastidores, o movimento da Nike é visto como uma resposta à crescente competição entre as grandes fornecedoras esportivas. A Puma, por exemplo, tem ampliado sua presença no Brasil, fechando acordos com Palmeiras, Red Bull Bragantino e Botafogo. A Adidas, por sua vez, segue com Flamengo e São Paulo. A entrada da Nike no Vasco e no Atlético-MG coloca a marca novamente como uma protagonista no futebol nacional.
E essa expansão pode não parar por aí. No Rio Grande do Sul, circulam fortes rumores de que a Nike também negocia com o Grêmio. O clube atualmente é patrocinado pela Umbro, mas já iniciou conversas para uma possível troca de fornecedor. A disputa envolve, além da Nike, a Puma e a própria Umbro, que tenta se manter com o Tricolor Gaúcho.
Mesmo com essa expansão, a relação entre Nike e Corinthians segue como prioridade. O contrato atual vai até o final de 2025, com uma cláusula de renovação automática até 2029. Contudo, o presidente alvinegro, Augusto Melo, já declarou publicamente que busca uma valorização financeira antes de confirmar essa extensão.
Além dos clubes, a Nike também garantiu sua posição junto à Seleção Brasileira. Em 2023, a marca renovou seu contrato com a CBF até 2038, no maior acordo de fornecimento esportivo já fechado no Brasil. O novo vínculo gira em torno de US$ 100 milhões anuais, com bônus por performance e royalties que podem elevar o valor total para impressionantes R$ 1 bilhão por temporada.
Com essa movimentação agressiva, a Nike não apenas amplia sua presença no Brasil, mas também lança um sinal claro: a briga entre as gigantes esportivas está mais acirrada do que nunca.