O funk brasileiro, gênero musical que surgiu nas favelas do Rio de Janeiro, está conquistando o mundo e pode se tornar a próxima grande tendência global. A afirmação vem da prestigiada revista britânica The Economist, que destacou o impacto crescente desse ritmo nos cenários musical e cultural internacionais.
Segundo a publicação, os brasileiros modernos têm como principais preferências musicais o sertanejo, gênero de origem caipira que domina as paradas nacionais, e o funk, que há décadas é um fenômeno nas comunidades urbanas do país. Apesar das críticas e controvérsias que cercam suas letras e batidas ousadas, o funk tem mostrado um crescimento impressionante, ultrapassando barreiras sociais e ganhando espaço no mainstream mundial.
O artigo da The Economist destaca que a influência do funk já pode ser sentida na indústria musical internacional. Artistas de renome global, como Cardi B, Drake e Anitta, incorporam elementos do ritmo em suas músicas e parcerias. Além disso, festivais internacionais de música estão abrindo cada vez mais espaço para DJs e MCs brasileiros, levando a batida do funk para públicos de diferentes culturas e nacionalidades.
Uma das razões para essa ascensão global, segundo a revista, é a influência das redes sociais e plataformas de streaming, como YouTube, Spotify e TikTok. Coreografias virais e desafios musicais têm impulsionado o funk para além das fronteiras brasileiras, tornando suas batidas reconhecidas até mesmo em países onde o português não é falado.
Além do aspecto musical, o funk também carrega uma forte expressão cultural e social. Originado nas periferias, ele reflete a realidade de milhões de brasileiros, abordando temas como desigualdade, festa e resistência. Seu crescimento internacional não apenas reforça sua importância artística, mas também joga luz sobre a cultura das favelas brasileiras, tornando-as mais visíveis no cenário global.
A reportagem ainda aponta que, para que o funk se consolide de vez como um fenômeno mundial, será necessário superar alguns desafios, como a censura e o preconceito que o gênero ainda enfrenta dentro do próprio Brasil. No entanto, com o apoio da nova geração de artistas e a aceitação crescente do público estrangeiro, as chances de o funk se tornar um dos principais produtos de exportação musical do país são cada vez maiores.
Se a previsão da The Economist se concretizar, o funk brasileiro poderá seguir o caminho de outros ritmos tropicais que conquistaram o mundo, como a bossa nova e o samba, e consolidar-se como um dos sons mais marcantes do século XXI.