Um adolescente de apenas 14 anos viveu momentos de terror e por pouco não perdeu a visão — ou a própria vida — após ser atingido por um palito de churrasco durante uma briga dentro de um ônibus que trafegava pela Avenida Brasil, na altura da Nova Holanda, em Bonsucesso, Zona Norte do Rio de Janeiro.
Luan Silva da Costa estava voltando de um passeio com amigos no último fim de semana quando o grupo começou a discutir, pela janela do ônibus, com outros adolescentes que estavam na calçada. A troca de provocações rapidamente saiu do controle. Em um momento de violência repentina, um dos jovens do lado de fora agrediu Luan no rosto e fugiu correndo logo em seguida. Inicialmente, o adolescente acreditou que havia levado um soco, mas a dor intensa e o incômodo no olho esquerdo logo revelaram que algo muito mais grave havia ocorrido.
Luan começou a sentir fortes dores de cabeça e perdeu parte dos movimentos do lado direito do corpo, dificultando o uso do braço e da perna. Assustados, amigos e familiares o levaram às pressas para o Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha. Ao dar entrada na emergência, os médicos logo perceberam a gravidade do quadro.
Uma tomografia revelou um cenário chocante: um pedaço de madeira, semelhante a um palito de churrasco, estava alojado no crânio do garoto, tendo entrado pelo olho esquerdo. A situação era crítica e exigia uma cirurgia urgente e delicada para evitar danos irreversíveis ou até uma possível hemorragia fatal.
Luan foi submetido a uma cirurgia de quatro horas realizada por uma equipe especializada, que atuou com extrema cautela para remover o objeto sem causar novos danos. Segundo o neurocirurgião Dr. Miguez, responsável pelo procedimento, o caso foi considerado de extrema sorte.
“Por muita sorte, esse palito fez um trajeto que é um verdadeiro corredor de estruturas. Ele não lesionou nem a artéria nem os nervos do trajeto ali. O maior risco era justamente remover o palito e acabar provocando um sangramento interno. Por isso, fizemos um acesso mais difícil, que não é muito comum, para conseguir puxar o objeto minimizando os danos”, explicou o médico.
Felizmente, o procedimento foi bem-sucedido. Luan permanece em observação, mas está fora de perigo e tem previsão de alta médica já nesta segunda-feira (7). Ainda assim, ele seguirá sendo acompanhado por especialistas nos próximos meses para garantir a plena recuperação da visão e dos movimentos afetados.
O caso chamou atenção pela brutalidade e serve de alerta para os perigos crescentes da violência juvenil nas ruas e até dentro do transporte público. A família de Luan agora busca por justiça e informações que ajudem a identificar o agressor. A Polícia Civil investiga o caso e analisa imagens de câmeras de segurança para localizar o responsável pela agressão que quase terminou em tragédia.



