Uma operação policial realizada nesta segunda-feira (08) no Morro Santo Amaro, no Catete, Zona Sul do Rio, revelou uma tática inédita e ousada por parte do tráfico de drogas: traficantes instalaram portões de aço em acessos à comunidade para dificultar a entrada da polícia durante ações contra o crime. A intervenção foi conduzida por agentes da 9ª DP (Catete), com o apoio da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) e da Polícia Militar.
Os portões, com estrutura reforçada e cobertura de arame farpado, foram descritos pela polícia como “barricadas verticais”, capazes de impedir ou retardar significativamente o avanço das forças de segurança. De acordo com o delegado titular da 9ª DP, Rafael Barcia Sarnelli Lopes, essa estratégia representa uma “inovação” no confronto urbano com o tráfico.
— Isso para mim foi uma inovação. Eu não tinha visto e todo mundo com quem conversei ali ainda não tinha visto isso. Eles instalaram portões em alguns acessos para impedir a passagem da polícia. É como se fosse uma barricada, mas não mais nas ruas. Em cima dos portões, havia ofendículos, como arame farpado, para impedir a passagem — detalhou o delegado.
Durante a operação, os policiais tiveram que usar marretas e talhadeiras para desmontar os portões. Em um dos acessos, lanças metálicas e fios cortantes impediam qualquer tentativa de escalada, transformando os obstáculos em verdadeiras armadilhas.
A ação teve como alvo o traficante Alexsandro Pinto Teixeira, conhecido como “Xela”, acusado de tentar matar a ex-companheira, Cristiane da Silva Araújo, de 40 anos. Contra ele, há um mandado de prisão em aberto por tentativa de feminicídio. Segundo as investigações, Xela estaria sendo protegido por integrantes do Comando Vermelho (CV), facção que domina o tráfico na região.
Durante o cerco, houve confronto armado. Um suspeito, ainda não identificado, foi baleado e morreu no local. Com ele, os agentes apreenderam uma pistola. Apesar da intensa troca de tiros, Xela conseguiu escapar e continua foragido.
A instalação dos portões levanta um alerta para a crescente organização e poder do tráfico em comunidades do Rio, evidenciando a necessidade de novas estratégias de combate por parte das forças de segurança.
A polícia segue em busca do foragido e investigando quem participou da instalação dos bloqueios metálicos.
			
			


