Um caso comovente e revoltante abalou o Rio de Janeiro nesta semana. Na última quarta-feira (9 de abril), o pequeno Heitor de Souza Alves Gonçalves, de apenas dois anos, chegou sem vida à Maternidade Fernando Magalhães, em São Cristóvão, na Zona Norte da cidade. O corpo da criança apresentava hematomas na cabeça e sinais claros de maus-tratos, o que levou os profissionais da unidade hospitalar a acionarem imediatamente a Polícia Civil.
As investigações ficaram a cargo da 19ª DP (Tijuca), que rapidamente deu início aos trabalhos para esclarecer o caso. Em poucas horas, os pais de Heitor, Elaine de Sousa Alves, de 41 anos, e Rafael Alves Gonçalves, de 40, foram detidos e tiveram a prisão temporária decretada sob suspeita de maus-tratos e homicídio.
O que mais choca é que já havia uma medida judicial em vigor que afastava o casal da guarda da criança. Ainda assim, o avô materno confessou que entregava Heitor aos pais diariamente, ignorando a determinação da Justiça. Essa informação levantou ainda mais questionamentos sobre a rede de proteção à infância e os mecanismos de fiscalização do cumprimento de medidas protetivas.
Segundo o depoimento de uma cuidadora, Rafael levou Heitor e seu irmão gêmeo até a residência onde estavam sendo cuidados. Na ocasião, ele teria mencionado que o menino apresentava vômitos e hematomas na cabeça. Mesmo diante desses sinais preocupantes, nenhuma providência médica foi tomada imediatamente. Durante o dia, o estado de saúde de Heitor se agravou, culminando em um desmaio. Já em estado grave, ele foi levado à maternidade, mas não resistiu.
O caso está sendo tratado pela polícia como suspeita de homicídio qualificado, considerando as circunstâncias e os indícios de violência. Os investigadores aguardam o laudo da necropsia, que está sendo realizado pelo Instituto Médico Legal (IML), para esclarecer as causas da morte.
Outro aspecto que chama a atenção é o abandono do corpo de Heitor no IML do Centro do Rio. Até o momento, nenhum parente se apresentou para fazer a liberação do corpo ou iniciar os trâmites para o enterro. A ausência da família reforça o clima de abandono e negligência que, ao que tudo indica, marcou a curta vida do menino.
A sociedade, comovida, pede justiça. O caso reacende a discussão sobre os mecanismos de proteção à criança e a urgência de políticas públicas mais eficazes para garantir que tragédias como essa não voltem a se repetir. A dor pela perda de Heitor ecoa como um grito por mudanças.



