Na noite deste domingo (13), um crime chocante interrompeu a ranquilidade de um evento que acontecia no tradicional Salão João e Maria, em Guaratiba, na Zona Oeste do Rio. Um homem identificado como César, conhecido no mundo do crime pelo apelido de “Dentinho”, foi executado com pelo menos sete disparos de arma de fogo na área da piscina do estabelecimento.
O crime aconteceu por volta das 22h35 e, segundo relatos de testemunhas e informações iniciais obtidas com fontes ligadas à investigação, a vítima estava na companhia de outras pessoas quando foi surpreendida pelos atiradores. Ainda não se sabe se os criminosos já estavam no local ou se chegaram momentos antes da execução. O que se sabe é que Dentinho foi alvejado diversas vezes, principalmente na região da cabeça e do tórax, e morreu antes mesmo da chegada do socorro.
De acordo com informações apuradas, César, o Dentinho, era apontado como integrante de uma milícia que atua na região de Guaratiba. Ele teria sido preso recentemente por envolvimento com atividades criminosas ligadas à extorsão, segurança clandestina e domínio territorial — práticas comuns entre milicianos que controlam comunidades. Dentinho, no entanto, havia sido solto há poucos dias e estava novamente em liberdade quando foi morto.
A motivação do crime ainda está sendo investigada, mas a principal linha seguida pela polícia é a de acerto de contas entre grupos rivais. A possibilidade de uma guerra interna dentro da própria milícia também não está descartada. Agentes da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) estiveram no local durante a madrugada para realizar a perícia e ouvir testemunhas.
Moradores da região relataram momentos de tensão e pânico. “Estava tudo tranquilo, tinha música, gente bebendo, e de repente só se ouviu a sequência de tiros. Todo mundo correu, foi um desespero”, contou uma frequentadora do salão, que preferiu não se identificar.
As investigações seguem em sigilo, e câmeras de segurança do salão e de estabelecimentos próximos serão analisadas para ajudar a identificar os autores do crime. O corpo de César foi removido ao Instituto Médico Legal (IML), onde passará por exames de necropsia.
O caso reacende o alerta para o avanço das milícias na Zona Oeste do Rio e a violência que cerca essas disputas pelo controle territorial. A população, mais uma vez, vive sob o medo e a insegurança.