Uma noite de fé e oração terminou em tragédia na Travessa do Caranguejo, em Belford Roxo, na Baixada Fluminense. Uma mulher de 57 anos foi morta a tiros enquanto participava de um culto religioso neste domingo (13), em um episódio que chocou a comunidade local.
De acordo com relatos de testemunhas, o grupo de fiéis foi confundido com milicianos por traficantes que atuam na região. A suspeita teria surgido por conta das vestimentas utilizadas pelos participantes do culto, que, segundo os criminosos, lembravam os trajes comumente usados por facções rivais.
O encontro religioso acontecia em uma área residencial, de forma pacífica, até o momento em que homens armados chegaram ao local. Ao se depararem com os fiéis, os traficantes teriam acreditado estar diante de um grupo rival e passaram a atirar.
Em meio ao pânico, os participantes do culto tentaram correr para se proteger, mas uma das balas atingiu fatalmente a mulher de 57 anos. Ela não resistiu aos ferimentos e morreu no local. O restante dos fiéis conseguiu escapar, ainda abalados com a violência inesperada.
Moradores da região, ainda em choque, relatam que o clima é de medo e insegurança. Muitos afirmam que a comunidade já vive sob tensão constante devido à presença de grupos armados, mas a execução de uma mulher inocente durante um ato de fé escancarou o grau de vulnerabilidade em que vivem.
“Foi um culto simples, ninguém estava fazendo nada de errado. Eram só orações. Mas aqui, até rezar pode custar a vida”, lamentou uma moradora que presenciou a cena, mas preferiu não se identificar por medo de represálias.
A Polícia Civil investiga o caso e tenta identificar os responsáveis pelo crime. Ainda não há informações sobre prisões. O corpo da vítima foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) e, segundo familiares, será sepultado nesta segunda-feira (14) em cerimônia restrita.
A morte brutal da mulher reacende o debate sobre a atuação de facções criminosas em áreas dominadas por grupos armados e a urgência de medidas que garantam segurança às populações dessas regiões. Em Belford Roxo, o episódio serve como mais um triste retrato da rotina de violência que interrompe vidas inocentes sem qualquer aviso.